Fatma e Polícia Ambiental realizam operação nesta semana
Gracieli Polak
CANOINHAS
Em extensão, Santa Catarina é um dos menores Estados do País, mas em desmatamento em quantidades absolutas da Mata Atlântica, está á frente de unidades territoriais bem mais extensas. O Estado ocupa uma segunda posição nada honrosa no levantamento realizado pela Organização Não Governamental SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgado na terça-feira, 26, um dia antes do Dia Nacional da Mata Atlântica.
Entre as cidades que mais desmatam em Santa Catarina, Itaiópolis, no Planalto Norte, se destaca. A cidade é, ainda, a segunda que mais destrói a vegetação de mata Atlântica no País, perdendo somente para a mineira Jequitinhonha, que desmatou, de acordo com o levantamento, 2.459 hectares de 2005 a 2008. A cidade Planaltina, distante 75 quilômetros de Canoinhas, acabou com 1.806 hectares de vegetação nativa nos últimos três anos, superando a vizinha Mafra, que em relatório divulgado em maio de 2008, havia desmatado 1,7 mil hectares em igual período e ajuda a compor o quadro crítico em que a região se situa.
De acordo com o capitão Fábio Henrique Machado, novo comandante do Pelotão da Polícia Ambiental de Canoinhas, a existência de grandes áreas desmatadas na região é um problema que atualmente mobiliza grande parte do reduzido efetivo da Polícia Ambiental e também da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), hoje defasado. “Nós temos apenas 15 homens para trabalhar aqui nessa região, que vem de Rio Negrinho até Bela Vista do Toldo e, do outro lado, até Santa Cecília e, certamente, eles não dão conta de toda demanda, que é altíssima”, diz.
DENUNCIE
De acordo com o comandante, atualmente grande parte das ações da entidade são realizadas por meio de denúncias de irregularidades que, em grande parte dos casos, desrespeitam a Legislação Ambiental, motivadas principalmente por revanchismo. “Se alguém que foi punido por desrespeito ao meio ambiente vê outra pessoa cometendo uma contravenção, ele liga e denuncia, para que a gente averigúe e puna também. Nós não somos os executores das leis, nós somos os fiscalizadores”, explica.
Outra linha de ação, segundo o comandante, vai além da fiscalização. “Um trabalho forte de educação ambiental para prevenir futuras devastações está sendo realizado e é uma das prioridades, porque atua na base do problema, que é a falta de consciência ambiental”, alerta. Nesta semana, que termina com o Dia Mundial do Meio Ambiente, hoje, uma série de ações preventivas foram realizadas, mas também operações punitivas foram cumpridas.
OPERAÇÃO AÉREA
Desde a terça-feira, 2, equipes da Polícia Ambiental, da Fatma e do Batalhão de Aviação da Polícia Militar realizaram uma operação aérea conjunta na região de Canoinhas e Mafra para coibir as ações de degradação na região. Segundo o soldado Douglas Rafael Lanke, relações públicas do Pelotão da Policia Ambiental de Canoinhas, o trabalho que está sendo realizado no decorrer da semana não é uma operação, e, sim, o inicio de um trabalho contínuo que será desencadeado por equipes locais e de outras regiões. Lanke afirma que, após o término dos trabalhos desta semana, será efetuada uma divulgação de resultados alcançados com esta primeira, que norteará o caminho a ser seguido pelos órgãos.
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