Conclusão é de que o empresário morreu lutando

PAPANDUVA ? O Departamento de Investigações Criminais (Deic) concluiu que o ex-prefeito de Papanduva, Nataniel Ribas, morreu lutando no dia 8 de junho na entrada de sua fazenda, distante cinco quilômetros do centro de Papanduva. A conclusão partiu da reconstituição do crime realizada na quinta-feira, 26.

Pelo menos 30 policiais civis e militares, membros da família de Nataniel e curiosos acompanharam a reconstituição.

O adolescente de 17 anos, que confessou participação no crime, foi a principal fonte de informações da Polícia.

O adolescente confirmou que abordou Nataniel no portão de sua fazenda, com um revólver calibre 32 em punho, mas não esperava reação por parte do empresário.

Como Nataniel teria reagido avançando contra ele, o menor diz que deu quatro disparos, mas nenhum atingiu Ribas. Foi quando, segundo o menor, o ex-policial rodoviário Ivan Schfauser, que estava à espreita, entrou na briga tomando a arma de sua mão e disparando dois tiros contra Ribas. Neste momento, de acordo com o menor, Nataniel já estava imobilizado. Disse que ouviu de Ivan que só matou Ribas porque o ex-prefeito o havia reconhecido e estava muito ferido por conta de um golpe desferido pelo menor com um cassetete fornecido pelo ex-vereador de Papanduva José Novinski, que seria o mandante do crime. O adolescente diz que Nataniel morreu no momento do segundo tiro.

O menor disse ainda que a função dele e de Márcio Roberto de Lima Cunha ? que nega participação ? era imobilizar Ribas e levá-lo até o cativeiro.

O adolescente afirmou ainda que ele e Ivan colocaram Nataniel na carroceria da caminhote de Nataniel. O jovem segurou o corpo pelos braços e Ivan pelas pernas. Na entrada do antigo lixão de Papanduva, a dupla teria colocado o corpo no Gol pertencente a Novinski. Teria sido o ex-vereador, segundo o menor, quem teria levado o corpo de Nataniel até o cemitério desativado de Itaiópolis. O corpo foi jogado na sepultura de uma mulher morta em 1985 e localizado pela Polícia no dia 16 de junho.

Assim como na coletiva à imprensa em 4 de julho, o menor voltou a afirmar que não era intenção da quadrilha matar Nataniel e que ele receberia R$ 150 mil se o seqüestro fosse efetivado, conforme promessa de Novinski.

 

RECONHECIMENTO

 

Antes de chegar a Papanduva, policiais do Deic estiveram em Rio Negrinho, onde mora a ex-mulher de Schfauser. De acordo com o delegado Renato Hendges, ela reconheceu a voz do suposto seqüestrador que telefonou à família de Nataniel, como sendo a de Schfauser.

O Instituto de Perícias de Porto Alegre também analisa as gravações dos três telefonemas feitos pelos executores de Nataniel.