Dois homens e duas mulheres foram detidos em Florianópolis nesta segunda-feira (29)

Quatro pessoas foram presas em Santa Catarina durante a operação da Polícia Civil contra o grupo suspeito de praticar o golpe dos nudes. De acordo com a Polícia Civil, eles aliciavam adolescentes a fazerem fotos íntimas. 

As prisões ocorreram em Florianópolis e contou com o apoio da Polícia Civil catarinense. Ao todo, foram detidos dois homens e duas mulheres.

Conforme o delegado Rafael Liedtke, após receber as imagens das adolescentes, elas eram enviadas às vítimas que seriam extorquidas. As jovens também recebiam um valor pelas imagens.

Após a vítima receber as fotos, um suposto familiar ou autoridade policial entrava em contato dizendo que a menina era, na verdade, menor de idade. Os golpistas, então, extorquiam as vítimas para que elas não fossem expostas.

A ação faz parte da Operação Cantina, que cumpriu mais de 40 mandados de prisão, entre preventiva e temporária, nesta segunda-feira. Também são cumpridos 33 de busca e apreensão, e 25 bloqueios de contas bancárias.

Os detidos em Santa Catarina, segundo o delegado, pertencem a uma facção criminosa do Rio Grande do Sul, que exercia o papel de laranja, emprestando contas para que as vítimas depositassem os valores da extorsão. Os suspeitos também ficavam com uma parte do dinheiro.

Ainda conforme a polícia, uma das presas teria viajado para Santa Catarina na sexta-feira (26) para se encontrar com um dos homens que também foi preso nesta segunda.

As investigações tiveram início há 11 meses após a prisão em flagrante de um homem, em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. Com ele, foram apreendidos um veículo, avaliado em R$ 160 mil, e uma pistola Taurus, G2c, calibre.9mm. Com isso, a Polícia Civil descobriu a estrutura da organização criminosa com base nas zonas leste e sul da capital gaúcha e com ramificações em Santa Catarina.

Ainda segundo a polícia, um dos líderes da organização — que faz parte de uma facção criminosa gaúcha — exerceu a função de cantineiro e fez contato com outros faccionados. Já em liberdade, ele convencia outras pessoas, que estavam presas, a ajudarem no golpe dos nudes.

Desde o início da investigação, há um ano, cerca de 140 pessoas foram presas só no Rio Grande do Sul. Segundo a polícia, 80 vítimas do golpe foram identificadas em todo o país. Entre elas estavam empresários, médicos e até políticos. Uma delas teria perdido mais de R$ 100 mil. Já o prejuízo total chega a R$ 5 milhões.

Já na segunda etapa do esquema ocorria a receptação do produto das extorsões por pessoas que também eram aliciadas pela organização, que depois dividia o dinheiro entre laranjas, remunerados pelo grupo, até que voltava para os responsáveis pelos crimes.

Os valores, segundo a polícia, eram usados para a compra de itens de luxo, além de serem utilizados por presos para obter regalias nas cantinas dos presídios. O lucro também patrocinava o tráfico de drogas e armas.


Por: NSC