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Escolas em tempo integral em Santa Catarina crescem, mas cobertura ainda é baixa e desigual (Fotos: Foto: freepik)
Enquanto alguns municípios ampliam vagas e estruturam novos projetos, a rede estadual segue com baixa adesão e desafios para garantir acesso amplo.
As escolas em tempo integral em Santa Catarina cresceram nos últimos anos, mas ainda estão longe de atender à demanda. No ensino médio, das 728 unidades da rede estadual, apenas 44 funcionam em tempo integral, o que representa cerca de 6% do total. No ensino fundamental, o número também é baixo: 33 escolas estaduais oferecem a modalidade, em um universo que ultrapassa meio milhão de estudantes na educação básica.
Mesmo assim, há sinais de avanço. O Programa Nacional de Escola em Tempo Integral aponta que a participação catarinense subiu de 15,4% em 2022 para 16,5% em 2024, indicando um crescimento gradual, mas insuficiente diante das metas de expansão nacional.
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O contraste entre municípios
Quando se observa os municípios, percebe-se que o desenvolvimento das escolas integrais é desigual. São José, na Grande Florianópolis, é hoje referência estadual: em 2025, mais de 5,3 mil alunos frequentam escolas e creches integrais, resultado de investimentos e parcerias locais. Só no ensino fundamental, foram criadas 47 turmas em oito escolas, com crescimento de 20% nas vagas.
Em Florianópolis, a prefeitura anunciou uma nova escola integral no Centro, com capacidade para 300 alunos dos anos iniciais. Itajaí, por sua vez, inaugurou neste ano a Escola Básica Ariribá, chegando a 14 unidades com jornada estendida. Já no Oeste, Videira aposta em projetos que garantem pelo menos sete horas diárias de estudo nos anos iniciais do fundamental.
Esse mosaico mostra que a expansão depende muito da vontade política local. Enquanto algumas cidades se destacam, outras ainda não conseguiram implementar sequer o modelo básico de tempo integral.
Limitações das escolas em tempo integral em Santa Catarina
As limitações enfrentadas pelas escolas em tempo integral em Santa Catarina não são apenas de cobertura, mas também de estrutura. Muitas unidades carecem de refeitórios, espaços adequados para atividades esportivas e culturais, além de equipes pedagógicas preparadas para a jornada ampliada.
A desigualdade territorial também pesa: a maioria das vagas em tempo integral está em áreas urbanas, enquanto comunidades rurais e mais vulneráveis seguem com acesso reduzido. Soma-se a isso a necessidade de investimentos constantes em transporte, alimentação escolar e contratação de professores, o que pressiona os orçamentos municipais e estadual.
Entre avanço e promessa
As escolas em tempo integral em Santa Catarina representam uma oportunidade para melhorar indicadores de aprendizagem e reduzir desigualdades sociais. No entanto, a realidade atual mostra que o avanço está concentrado em poucos municípios, enquanto a rede estadual ainda engatinha no processo.
Se o estado quiser transformar o tempo integral em uma política ampla e não em iniciativas pontuais, será preciso mais do que boas experiências locais: será necessário planejamento, recursos e coordenação para que o acesso deixe de ser privilégio de alguns e se torne direito de todos.
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