Em Três Barras, repasse praticamente dobrou no período em que o programa existe

Edinei Wassoaski

CANOINHAS

 

Lojistas, fabricantes, ambulantes, enfim, todos que vivem do comércio, quando se preocuparem com o comportamento do consumidor não devem olhar somente para a crise econômica que assola o mundo. Isso porque o Governo Federal faz movimentar muito dinheiro por meio de programas sociais diretamente nos municípios. Somente o Bolsa-Família injetou mais de R$ 7 milhões em Canoinhas nos cinco anos de existência do programa. O recorde de repasses vem sendo quebrado ano a ano. Em 2008, foram R$ 1,53 milhão repassados para 2.087 famílias, cerca de 13,5% da população canoinhense. Os índices, no entanto, não traduzem o percentual de pobreza no município. Há pelo menos duas mil famílias na lista de espera para receber o benefício. Pelos cálculos da gestora dos programas sociais do Governo Federal em Canoinhas, Dótzi Mara Godói Rosa, ao menos 40% destas famílias não têm direito ao benefício se for seguida a sistemática recomendada pelo Governo Federal, que compara renda e número de filhos na escola, mas a análise só é feita quando uma família desiste do benefício porque conseguiu melhorar sua renda ou uma fraude é descoberta, quando então abre uma vaga. A meta, no entanto, é estipulada e a troca de benefícios só é autorizada pelo Governo. Desde que Dótzi assumiu a gestão dos programas em 2006, apenas cinco famílias desistiram do benefício por estarem em condições financeiras melhores. Hoje, apenas uma família recebe o teto de R$ 182 do programa.

 

RECORDISTA

 

Três Barras foi o município da região que teve maior crescimento de arrecadação junto ao Bolsa-Família. A renda praticamente dobrou em cinco anos, passando de R$ 605,5 mil (2005) para mais de R$ 1 milhão (2008). No total, mais de R$ 4 milhões circularam no município nos últimos cinco anos. Segundo a primeira-dama do município, Ana Cláudia Quege, que trabalha como voluntária na Ação Social de Três Barras, o dinheiro contribui de maneira decisiva para dar uma condição digna de vida às famílias, mas a prefeitura está fazendo sua parte para ver essas famílias caminharem com as próprias pernas. ?Estamos indo atrás de indústrias, trazendo cursos profissionalizantes para elevar o moral dessas pessoas e mostrar que elas podem sair da pobreza com certeza?, enfatiza.

 

NOVA FAIXA

 

Os repasses aumentaram no ano passado, porque o Governo incluiu uma bonificação de R$ 30 mensais para cada adolescente em idade entre 16 e 17 anos que esteja estudando. Antes, somente os filhos abaixo de 15 anos tinham direito a bônus de R$ 18, desde que estivesse estudando. Este bônus hoje é de R$ 20.

 

REDUÇÃO

 

Embora os valores sejam altos, todos os municípios da região reduziram o número de famílias beneficiadas pelo programa. Uma das maiores reduções foi justamente em Três Barras, onde entre 2007 e 2008, a queda foi de 6%. Em Canoinhas, no mesmo período, houve queda de 2%.

Monte Castelo cortou 8,1% das famílias beneficiadas, enquanto que Irineópolis estornou 5%.

Major Vieira, que era o recordista de benefícios teve uma redução considerável, de 16,2%.