Furacão que devastou o Estado do Mississipi nos Estados Unidos, aumentou a procura por madeira no mercado brasileiro
CANOINHAS ? Embora vejam com cautela o aumento de vendas de madeira no mercado norte-americano, os madeireiros canoinhenses comemoram o aquecimento do mercado nos últimos dias. Como tudo na economia é uma questão de ângulo, o que se tornou uma tragédia de proporções gigantescas para os americanos, irá aquecer o mercado exportador de madeira, que passava por uma crise que vinha se agravando nos últimos meses.
O processo de recuperação das cidades da costa do Mississippi (EUA), atingidas há duas semanas pelo furacão Katrina, repercute nas madeireiras de todo o Estado.
O setor, que vive uma crise devido à desvalorização do dólar, está percebendo que a reconstrução dos imóveis destruídos pelo furacão está elevando os preços do produto. Poucos dias depois do Katrina nos EUA, madeireiras de todo o Estado receberam várias ligações de compradores para obter informações sobre os preços.
Em Canoinhas não foi diferente. ?Ainda estamos cumprindo contratos antigos, mas percebemos aumento considerável na procura?, revela Jacson Bechel, do departamento de exportações da Empresa Fuck, fabricante de portas e compensados. Com o aumento da procura, aumenta também o custo do produto.
Mas Silvar é cauteloso quanto à continuidade dessa euforia. ?Acredito que esse momento de desespero dos americanos deve durar por volta de 45 dias. Depois disso o mercado deve recuar?, acredita.
Segundo o Sindicado das Indústrias Madeireiras da Serra, o movimento estimulado pelo efeito Katrina provocou um incremento entre 5% e 10% no preço dos compensados.
No entanto, a diferença entre dólar e real, que provocou a redução de 25% do faturamento do setor e a dispensa de mil funcionários desde o início do ano só na Serra catarinense e muitos outros na região do Planalto Norte. Embora contentes com o aquecimento do mercado, ninguém fala em novas contratações, pelo menos por enquanto.
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