O educador afetivo com seus alunos, propicia afinidade e gera segurança evitando bloqueios afetivos e cognitivos
Atualmente nos deparamos com uma realidade diferenciada de alunos em sala de aula, na qual muitos deles não conseguem desenvolver suas competências somente com aulas ministradas de forma expositiva e dialogada através do método conteudista. A relação entre professor e aluno na qual o professor se apresenta autoritário e como detentor de todo conhecimento sendo o protagonista dentro da sala de aula, não está trazendo resultados eficientes e eficazes no processo de ensino aprendizagem.
Muitos estudantes necessitam de uma relação de sutileza e gentiliza com o docente, pois muitas vezes trazem em sua bagagem um histórico de dificuldades e problemas relacionados com família e sociedade.
Nos dias de hoje o professor tem um papel muito mais complexo e amplo em sua atuação, no qual ele deixa de exercer somente a prática de repassar o conhecimento e informações e assume uma postura de parceiro do aluno incentivando, motivando e contribuindo de forma amigável e afetiva na construção de seus saberes, suas habilidades, atitudes e valores. De acordo com Wallon (DANTAS 1992 pag.85).
[...] "a dimensão afetiva ocupa lugar central, tanto do ponto de vista da construção da pessoa quanto do conhecimento". Para ele, a emoção, uma das dimensões da Afetividade, é instrumento de sobrevivência inerente ao homem, é "fundamentalmente social" e "constitui também uma conduta com profundas raízes na vida orgânica".
O ambiente educacional, não somente a sala de aula, deve proporcionar ao estudante um local de reflexões sobre sua vida como um todo, colaborando para a ampliação e desenvolvimento de uma consciência crítica e transformadora. Neste processo é que a afetividade assume sua relevância, evidenciando o professor como instrumento essencial para a aprendizagem dos alunos, demostrado também que a afetividade faz parte dos elementos que influenciam esse processo e seu desenvolvimento. Ao analisar a afetividade no método de ensino aprendizagem pode se perceber o quanto essa prática passa despercebida ou é ignorada pelos educadores. O que torna-se um problema no processo de aprendizagem, pois muitos alunos acabam não atingindo um bom desempenho em tarefas e atividades escolares por falta de incentivo e motivação do professor, que por sua vez aplica práticas pedagógicas que não incentivam o aluno a ser protagonista de seus estudos como um ser autônomo na construção de seus saberes.
Alunos em sala de aula sem interesse em realizar atividades ou ouvir o professor, podem estar desmotivados e isso acaba sendo fator que demonstra que a afetividade dever ser incluída nas atitudes escolares com o objetivo de resgatar esse aluno em sua essência. Muitos alunos quando apresentam este comportamento logo o professor aponta que é um aluno indisciplinado, sem foco e sem interesse próprio em aprender, mas esquecem do lado humano e emocional qual podem estar gerando tal comportamento.
É necessário despertar para as questões de afetividade para com os alunos, não podemos permitir que o ambiente educacional seja um lugar no qual não se demostre cordialidade, gentileza e empatia, pelo contrário ambiente educacional é lugar de saberes, conhecimento, aconchego e segurança aos estudantes.
Porém deve-se questionar, o porquê que os alunos demonstram essa desmotivação em aprender, se envolver em atividades educacionais e até mesmo em se relacionar com o professor tirando dúvidas. Estes são fatores que muitas vezes os levam a possuir um baixo desempenho escolar e as vezes acabam gerando um grave problema de autoestima.
"E isso requer uma educação voltada para o desenvolvimento afetivo, social e intelectual de forma integrada, formando, assim "indivíduos autônomos, pensantes, ativos, capazes de participar da construção de uma sociedade contextualizada". (LAKOMY, 2003 p.60).
A temática da importância da afetividade no processo de ensino aprendizagem possui estudos teóricos presentes em obras e trabalhos de Piaget, Vygotsky e entre muitos outros autores. Justifica-se então que os ambientes educacionais e principalmente os professores, não devem tratar seus alunos somente como mero aprendizes, mas sim como seres pensantes e dotados de saberes aptos a contribuir com a construção do conhecimento, sentindo-se apreciados e valorizados como tal em seu ambiente escolar, visando com esta prática formar e inserir na sociedade, alunos com excelentes referencias em competências técnicas, comportamentais e atitudinais.
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