Alunos reclamam de salas sem iluminação, banheiros em condições precárias de uso e falta de acessibilidade

 Na tarde de quarta-feira, 19, professores e alunos da Escola de Educação Básica Irmã Maria Felícitas e representantes da regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC) manifestaram no prédio da Gerência Regional de Educação (Gered) de Canoinhas. Além da pauta estadual pelo piso salarial, aumento das horas-atividade e descompactação da tabela salarial, o grupo de manifestantes pediu por uma melhor estrutura da Escola Irmã Maria Felícitas.

No início de dezembro, a reforma e ampliação da escola foi anunciada pelo governador Raimundo Colombo em Canoinhas, que autorizou a execução das obras com um investimento de R$ 1,4 milhão, provenientes do Pacto pela Educação. Porém, até agora a obra não foi iniciada. Os professores e alunos que participaram da manifestação de quarta-feira, na Gered, estão preocupados com o período eleitoral, que pode prejudicar o andamento das obras. “Escutamos há mais de cinco anos que a reforma vai sair”, lembra a professora Maria Celina Muraro.
Os professores pediram um documento para acompanhar o andamento do processo de reforma. As cópias dos documentos emitidos serão repassadas à escola, segundo a gerente de Educação, Estela Maris Marques.
A reivindicação pelas obras na escola ganhou força durante o desfile cívico do dia 7 de Setembro, no ano passado, quando os professores carregaram uma faixa que dizia: “Chega de promessas. Reforma da escola já!”. Depois do desfile, a faixa foi colocada na frente do Felícitas, mas a Gerência pediu que os professores retirassem. “É dentro de uma escola. Não há necessidade disso. E adiantou (colocar a faixa)? Sei que não estão ofendendo ninguém, é um direito de vocês. Mas é uma propriedade do Governo. Mandamos tirar por isso”, explicou Estela Maris.
De acordo com os alunos, várias salas de aula estão sem lâmpadas, não há acessibilidade às salas e os banheiros estão em condições precárias de uso, além de não serem adequados a deficientes.
Estela Maris afirma que o processo da obra está em andamento e que também cobra do Governo uma solução imediata. “Entreguei um ofício nas mãos do secretário Eduardo Deschamps dizendo que o Felícitas será interditado se não for feita a reforma”, diz. Segundo ela, tudo indica que não será apenas uma reforma, mas uma nova escola. “Precisamos ver, também, onde vamos alocar os alunos durante essas obras.”
 
PROPOSTAS
O presidente regional do Sinte, Celestino Glaab, entregou à gerente de Educação a pauta de reivindicações do Sindicato. Para ele, a reforma do Felícitas e dos ginásios de esporte das Escolas de Educação Básica Almirante Barroso e Júlia Baleoli Zaniolo são urgentes.
 
PARALISAÇÃO
A Gerência de Educação de Canoinhas emitiu nota na tarde de terça-feira, 18, dizendo desconhecer legislação oficial que reconheça a paralisação nacional dos professores iniciada nesta terça e a qual aderiu um grupo de 20 professores da Escola de Educação Básica Almirante Barroso e dois professores da escola Rodolfo Zipperer. A Gerência afirma na nota que a não presença dos professores em sala de aula será considerada falta, podendo, dessa forma, haver desconto em folha de pagamento. Os professores que aderiram à paralisação disseram que o direito à manifestação é garantido pela Constituição.