Robson Prust recebeu o prêmio principal da Olimpíada de Saúde e Meio Ambiente

CANOINHAS - O estudante canoinhense Robson Prust que em 2006 cursava a 8ª série na Escola de Educação Básica João José de Souza Cabral, foi classificado em 1º lugar na 3.ª Olimpíada de Saúde e Meio Ambiente ? fase Sul/Minas, promovida pela Fundação Osvaldo Cruz, do Rio de Janeiro.

Robson participou do concurso na modalidade Produção de Textos, com o trabalho intitulado Cidadão ou Habitante, sob a orientação da professora Terezinha Gelchaki.

Terezinha e Robson estiveram na sexta-feira, 25, no Rio de Janeiro para participar da Cerimônia de Premiação, recebendo com o trabalho apresentado, a classificação de 1.º lugar em nível nacional na categoria Ensino Fundamental, na modalidade Produção Literária.

É o terceiro ano consecutivo que a escola participa desta Olimpíada, destacando-se com premiação.

Em 2003, a estudante Luana Polomanei se classificou em 2.º lugar em nível nacional e em 2005, Murilo Togami se classificou em 2.º lugar na fase estadual do concurso. No mesmo ano, Bruna Fuck alcançou o 3.º lugar na mesma fase.

?Para a escola essa vitória é de grande importância porque nos destaca na produção de textos, mostrando que nossos alunos lêem e produzem?, afirma a assessora de direção do Cabral, Nívea Regina Mikus.

 

 

 

 

A REDAÇÃO

CIDADÃO OU HABITANTE?

 

E você é um habitante ou um cidadão? Já parou para pensar?

O que é ser habitante? Habitante é uma pessoa que habita sem se preocupar com nada, nem com ninguém.

Já o cidadão é uma pessoa que se preocupa com seu habitat, com a natureza, os animais, o destino do lixo urbano, tanto de sua rua, de seu bairro, como o da cidade, do estado, país e até do mundo.

A todo instante ouvimos falar de efeito estufa, derretimento das calotas polares, contaminação com agrotóxicos, vazamento de petróleo, radioatividade, doenças como a da vaca louca, comunidades sem saneamento básico, etc. Notícias ruins não faltam, e diante de todo este cenário, cidadãos estão sempre se reunindo para discutir como encontrar o equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação ambiental.

E o habitante se preocupa apenas com sua casa, seus bens, suas conquistas e consigo mesmo; pois se ele está bem o resto não importa.

O planeta possui 11,4 bilhões de hectares de terra e espaço marinho produtivos. Acontece que os habitantes estão usando 13,7 bilhões de hectares para extrair alimentos, matéria-prima, água limpa e a energia que consomem, visando apenas lucros para si mesmo, sem se dar conta do mal que estão fazendo para a natureza.

Os habitantes estão usando os estoques naturais do planeta numa escala de 20% maior que a capacidade biológica produtiva, por isso há uma defasagem entre os limites do planeta, a quantidade de pessoas e o tamanho do impacto que esses habitantes, com seus hábitos de consumo, produção e desperdício causam ao planeta.

Os habitantes, com uso de máquinas em grande escala, aumentam cada vez mais a devastação, extraindo mais recursos e gerando mais lixo.

Em contrapartida, o cidadão ao usar máquinas se preocupa em não maltratar a natureza e sabe o que fazer com o lixo produzido.

Representantes de diversos países reuniram-se no Rio de Janeiro, em 1992, para discutir como salvar o Planeta da destruição ambiental, tendo como objetivos tentar reverter a degradação ambiental e criar bases para o desenvolvimento sustentável.

Para esse projeto funcionar foram elaborados diversos itens, dentre eles: combate à pobreza, mudanças no consumo, prevenção à saúde, proteção da atmosfera, preservação das florestas, proteção dos oceanos em parcerias com ONGs, projetos contra desertificação, diversidade biológica, reconhecimento dos direitos dos indígenas.

Todos sabemos que a atmosfera está sob crescente pressão dos gases responsáveis pelo surgimento do efeito estufa, que ameaça mudar o clima provocando buracos na camada de ozônio, causando câncer em humanos e animais.

E os cidadãos estão sempre cobrando do governo medidas indispensáveis como: uma maior eficiência nas usinas renováveis como a solar, a eólica, a hidrelétrica, a oceânica e a energia humana; maior cuidado com os gases poluentes e agrotóxicos porque eles poluem a atmosfera causando a chuva ácida; treinar especialistas e aplicar padrões internacionais de controle da poluição.

Os cidadãos estão sempre de olho para não causar erosão no solo, pois sabem que as montanhas estão sofrendo com isso, deslizamento de terra e a rápida perda da vida animal e vegetal.

E cobram também de seus representantes para que proporcionem educação ambiental aos agricultores, impedindo a desertificação, não poluindo o solo, usando corretamente a terra e plantando árvores que retém água e mantém a qualidade do solo.

Os cidadãos estão sempre aproveitando as leis para proteger as áreas ameaçadas. As florestas de todo mundo se encontram ameaçadas por causa da exploração descontrolada dos habitantes, que quando não têm nada a fazer, partem para os lugares onde existem florestas, para ganhar dinheiro, derrubando árvores e muitas vezes, de maneira ilegal, tanto para a transformação em fazendas como para a retirada de madeiras.

É preciso replantar áreas florestais danificadas, pois as árvores têm um importante papel no meio ambiente.Todos sabemos que as árvores transformam o gás carbônico liberado pelos seres humanos e animais, em oxigênio novamente. Se o desmatamento continuar, o gás carbônico vai ficar em excesso na atmosfera o que contribuirá para o efeito estufa; limitar métodos agrícolas do roçado e da queimada; aumentar o plantio de árvores na área urbana; aumentar as pesquisas sobre produtos florestais como madeira, frutos, nozes, corantes, remédios etc.

Os oceanos estão sob crescente pressão da poluição, da pesca indiscriminada, e da degradação em geral. Todos nós devíamos aprender com os cidadãos dos países desenvolvidos que vêm cuidando, há algumas décadas, em conter a poluição das águas. Nessa parte do mundo muito se faz para devolver a água à natureza, na forma em que ela retorna a terra, ou seja, limpa.

Habitantes brasileiros poluem as águas com esgotos urbanos não tratados, dejetos industriais, produtos químicos e mercúrio nos garimpos.

Dos 110 milhões de brasileiros residentes nos centros urbanos, apenas 40 milhões dispõem de redes de esgoto, deste apenas quatro milhões tem seus esgotos tratados. É por essas e outras que precisamos urgente de líderes cidadãos e cidadãos líderes em nosso país, que se sensibilizem e levem saneamento básico a todas comunidades.

Devemos proteger a vida marinha, controlando os materiais que são atirados no mar por navios e a proibição de transporte de lixo perigoso, proibir a pesca de espécies ameaçadas e impor limites sobre a quantidade de peixes a ser pescada.

Todas as atividades econômicas e sociais dependem da água doce. A água está escasseando em muitos países. Deve-se integrar medidas de proteção e conservação de fontes potenciais de abastecimento de água doce, como encostas montanhosas e margens de rios; promover planos e programas educacionais para uso racional da água.

Em conseqüência da atividade de habitantes, a biodiversidade está ameaçada. Precisamos encontrar mais cidadãos que se preocupem em salvar e proteger a biodiversidade e preservar as espécies ameaçadas.

O crescimento da população mundial está colocando uma crescente pressão sobre os recursos de ar, terra, água e energia.

A explosão populacional põe em risco a saúde humana, pois ela depende de um meio ambiente saudável, água limpa, moradia adequada, esgoto sanitário, alimentos saudáveis.

A principal causa da constante deterioração do meio ambiente global é o padrão insustentável de consumo e produção, especialmente nos países industrializados. Para não gerar meios que sejam poluentes, deve-se impedir ou minimizar a produção de lixo.

A quantidade de terra em nosso mundo é limitada. A prioridade deve ser, manter e melhorar a capacidade de as terras agrícolas sustentarem uma população em expansão.Todos os agricultores devem ser informados sobre os métodos de preservação do solo.

Os alimentos geneticamente modificados (ou alimentos transgênicos) apresentam muitos riscos para a saúde do consumidor e para i meio ambiente.

 Uma prova disso são as variedades de transgênicos da soja, desenvolvidas para serem resistentes a um herbicida, que ao ser aplicado na lavoura mata todos os insetos e ervas-daninhas, nela existentes. E quando esse herbicida é aplicado na lavoura comum mata todos as pestes, inclusive as plantas.E mesmo sabendo de tudo isso existem habitantes que arriscam cultivar esse tipo de alimento, pondo em risco a saúde dos consumidores e do meio ambiente.

Sei que às vezes sou habitante, mas estou tentando sempre me corrigir, aliás, todos nós não somos completamente cidadãos. Sempre aparece em nós uma ação de habitante, porém, temos que evitar ao máximo que isso aconteça porque se isso continuar acontecendo, nós e o planeta estaremos perdidos.

Diante de tudo isso, é urgente que deixemos de ser habitantes e passemos a ser cidadãos, e assim possamos salvar o mundo!

 

Robson Prust