Em provas como a de Matemática, menos de 2% dos alunos de 8.ª série de Major Vieira cumpriram meta

Edinei Wassoaski

CANOINHAS
 
Os resultados da Prova Brasil, testes que avaliam os alunos em língua portuguesa (competência em leitura) e matemática (foco na resolução de problemas), realizada em todo o País, foram desastrosos para Canoinhas e região (veja box ao lado). Nenhum município conseguiu aprovar nem a metade dos estudantes participantes. Em alguns casos, chegou-se ao extremo de menos de 2% dos alunos alcançarem a pontuação considerada mínima para o aprendizado adequado. A maioria não cumpriu nem as metas consideradas satisfatórias pelas Secretarias Municipais de Educação. O teste foi desenvolvido pelo Ministério da Educação, e aplicado em 2007 a alunos das redes pública e privada.
A meta, estabelecida pela ONG Todos pela Educação, tomou por base os resultados do teste de 2005. A partir dos números, os índices futuros foram previstos com um acréscimo gradual, projetando que, até 2022, todas as cidades alcancem 70% de alunos com conhecimento mínimo de matemática e língua portuguesa.
 
POLÍTICA ATRAPALHA EDUCAÇÃO
 
Referência quando o assunto é educação, o professor Ederson Mota traça um cenário ainda mais obscuro para a educação nacional enquanto as escolas não tiverem autonomia em relação ao poder público. “Os mandatários desse País só não reconhecem a situação a que a educação chegou porque não querem. Preferem ignorar resultados medíocres como este apontado pela Prova Brasil”, opina.
Ele aponta questões emblemáticas relacionadas à educação como respeito a um piso salarial para professores, plano de carreira e infraestrutura das escolas como travas que impedem o desenvolvimento de um ensino de qualidade. “A crítica é nacional, em todos os níveis lavam-se as mãos”, afirma se referindo ao poder público.
Segundo o professor, a educação tem de abranger família e escola e estimular a competitividade. “Hoje dificilmente se reprova um aluno, é praticamente impossível, mas o mercado é seletivo e temos de preparar o aluno para isso”, afirma. Ele defende ainda que a União desconcentre os recursos da educação e entreguem aos municípios. “Há projetos ótimos que são barrados pela burocracia administrativa”, lembra. Mota acredita que o dinheiro nas mãos dos municípios facilita a administração de projetos que melhorem a qualidade da educação.