Estudante de Major Vieira venceu evento nacional promovido pelo MEC

Edinei Wassoaski MAJOR VIEIRA ?Quase morri do coração?, foi a primeira frase que a estudante Merlim Miriane Malacoski, 15 anos, disse assim que desembarcou na rodoviária de Canoinhas na tarde de terça-feira, 2. Um dia antes ela havia estado ao lado do presidente da República e consagrada como uma das cinco melhores estudantes do País no gênero ?artigo de opinião?. Depois de uma verdadeira odisséia que começou com uma concorrência na escola, passou por mais de 5 mil competidores que caíram numa peneira pela qual passaram 500, que foram reduzidos a 150 até que se chegasse aos 15 privilegiados que foram para a final da Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, em Brasília, culminando na consagração máxima de estar entre os cinco melhores do País com direito a abraço e congratulações do ministro da Educação e do presidente Lula. ?Nunca imaginava, estou muito feliz?, disse uma sorridente Merlim, que foi recepcionada pelos professores e o diretor da Escola de Educação Básica Luiz Davet, de Major Vieira. A escola, por sinal, tem muito além do orgulho para comemorar. A façanha de Merlim, deu à escola um laboratório de informática com dez computadores e impressora, além de livros para a biblioteca. ?Vai se chamar Laboratório Merlim Malacoski?, sonha o professor Henrique Alves de Lima, que acompanhou a estudante em Brasília. Merlim, além de medalha, também ganhou um computador com impressora. Além do prêmio, a E.E.B. Luiz Davet vai receber o selo de qualidade na educação do Ministério da Educação e Cultura (MEC). ?Fazer a diferença, essa é a lição que a Merlim deixou com essa conquista?, resume Lima. ESTÍMULO Merlim foi vencedora na categoria ?artigo de opinião?. A estudante concorreu com outros seis milhões de alunos da rede pública participantes desta primeira edição da Olimpíada, que alcançou 98% dos municípios brasileiros. A Olimpíada é desenvolvida pelo MEC e pela Fundação Itaú Social, sob coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). O programa tem como objetivo formar professores para estimular a leitura e desenvolver competências de escrita nas escolas públicas brasileiras Os 150 alunos e 150 professores de 4ª, 5ª, 7ª e 8ª séries (5º, 6º, 8º e 9º anos) do ensino fundamental e também do 2º e 3º anos do ensino médio que participaram da final do programa passaram por quatro etapas seletivas ao longo do ano. A Olimpíada teve como tema O Lugar Onde Vivo. Os alunos puderam desenvolver o assunto em três gêneros textuais: poesia, memória e artigo de opinião. Segundo Ana Beatriz Patrício, diretora da Fundação Itaú Social, a idéia foi proporcionar uma reflexão dos alunos sobre sua própria realidade. Para ajudar os estudantes a se preparar, os professores receberam o Caderno do Professor, com orientações para produção de textos do gênero a ser trabalhado com sua classe e tiveram acesso a debates virtuais com pesquisadores da área. Entre abril e agosto, realizaram com seus alunos oficinas de produção de textos durante o horário regular de aula. O programa contempla o investimento de R$ 15 milhões na produção de diferentes materiais didáticos, em oficinas de leitura e ações de mobilização de diretores e professores. Os recursos foram destinados também para transporte e hospedagem de estudantes, professores e equipes de formação nas fases de oficinas regionais e na etapa conclusiva do projeto.