Pelo projeto, professores seriam escolhidos pela vontade da comunidade escolar

CANOINHAS ? Pneus queimados, aulas paralisadas, alunos revoltados e professores desnorteados. Esse foi o cenário que mobilizou a opinião pública quando há dois anos instituiu-se uma queda de braço entre políticos e a comunidade escolar da E.E.B. Manoel da Silva Quadros, no distrito de Marcílio Dias. Briga parecida deixou alunos sem uma disciplina por quase dois meses na E.E.B. Colombo Machado Sales, de Três Barras, há menos de um ano.

O motivo é o mesmo: políticos indicam diretores simpáticos aos partidos no poder contra a vontade da comunidade escolar.

Parte desse problema está prestes a ser resolvido, pelo menos nas escolas municipais, o que não é o caso das duas escolas citadas. Como escolas estaduais, ambas estão longe de terem um processo eleitoral democrático, já que são estaduais e o Governo já sinalizou com má vontade a projetos semelhantes ao apresentado pelo vereador Vagner Trautwein (PSDB), na esfera canoinhense.

Pelo projeto, a escolha de diretores para as escolas municipais, daria-se por voto direto de funcionários, alunos, pais de alunos (no caso do estudante ser menor de idade) e professores. ?Isso acaba com a briga comum todos os anos quando se decidem os diretores por critérios políticos?, explica Trautwein.

O projeto foi aprovado em 1.ª votação na semana passada, com voto contrário de Silmar Golanovski (PMDB) e abstenção de Juliano Seleme (PPS), coincidentemente dois vereadores governistas.

Golanovski justificou seu voto contrário dizendo que a eleição direta ?estimularia a politicagem dentro da escola?.

O projeto vai a segunda votação na terça-feira, 22. Caso aprovado, a primeira eleição ocorreria em novembro. O diretor eleito teria mandato de três anos, com direito a uma só reeleição. O primeiro mandato passaria a valer em janeiro de 2009.

Pelas regras do projeto, os professores candidatos que ministrarem aulas em mais de uma escola terão de optar por uma só escola. Só terão direito a candidatar-se os professores efetivos. Os admitidos em caráter temporário (ACTs), no entanto, podem votar.

Trautwein explica ainda que será estabelecida uma comissão fiscalizadora das eleições, formada por membros do Sindicato dos Servidores Públicos, Câmara de Vereadores e da Secretaria Municipal de Educação. O prazo entre a homologação das candidaturas e as eleições será de 15 dias.