Etapa reuniu 157 municípios para modalidades de bocha, bolão, canastra, dominó, truco e danças de salão e coreográfica
as ruas, pessoas de todas as regiões do Estado. Os uniformes são os mais coloridos e diferentes, mas o sorriso no rosto de cada participante dos Jogos Abertos da Terceira Idade (Jasti) é o mesmo: traduz a felicidade de se reunir com amigos da mesma faixa etária e compartilhar experiências saudosistas e marcantes.
A sétima edição estadual dos Jasti em Canoinhas concentrou cerca de dois mil atletas que começaram a chegar ao município na segunda-feira, 12.
Para quem recepcionou os atletas, a alegria foi contagiante. Jucelli Moreira participou da acolhida aos ônibus que chegavam ao portal do município, acompanhando até o hotel ou alojamento das equipes. “Foi muito legal. Eles passam uma energia incrível”, afirma.
Já na segunda-feira, as equipes que estavam no município participaram da solenidade realizada pela Assembleia Legislativa no Canoinhas Tênis Clube. Proposta pelo deputado estadual Antonio Aguiar, autor do projeto que criou os Jasti, a solenidade homenageou os 157 municípios participantes, com um certificado de participação entregue aos representantes de cada delegação.
Consolidando-se a cada nova edição, os Jasti vão além de uma simples competição esportiva, conforme ressaltou o gestor esportivo da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte), João Batista Cascaes. Para ele, que ajudou a estruturar o evento em cada uma das suas edições, a mensagem que os Jasti transmitem é de superação. “A presença dos atletas é que torna os Jasti um espetáculo maravilhoso. E o grande legado que deixam é de que movimento e bom humor são elementos indispensáveis a cada etapa da vida, tornando-a mais prazerosa.”
ABERTURA
Do lado de fora do Ginásio de Esportes da Escola de Ensino Fundamental Sagrado Coração de Jesus, confusão: equipes andavam de um lado para outro, tentando entrar no evento marcado para as 19 horas de terça-feira, 13. Mesmo com o aviso de que as delegações precisavam estar concentradas no local às 18h30, foi inevitável que algumas chegassem apenas no início da solenidade de abertura dos Jogos.
Na entrada lateral, os seguranças só permitiam a entrada dos representantes das delegações que entrariam com a bandeira municipal. Na entrada principal do ginásio, as portas já estavam fechadas. O público que queria acompanhar a abertura era, sem dúvidas, maior do que o espaço destinado para o evento. Principalmente, pela presença de um dos maiores ícones da Jovem Guarda, o cantor Wanderley Cardoso. Algumas pessoas já demonstravam revolta pela organização em um espaço tão pequeno para o público esperado.
Dentro do Ginásio, a festa estava feita. A cada delegação que entrava, as palmas ecoavam. O fogo olímpico, que percorreu o ginásio entre as mesas postas para os representantes das delegações, deu mais emoção ao chegar às mãos de outros atletas canoinhenses que, um a um, chegavam mais perto da pira olímpica.
A noite também foi marcada pela emoção no juramento dos atletas e também quando Wadissuavo Milack, de 88 anos, recebeu das mãos do governador Raimundo Colombo e do secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Filipe Melo, uma placa de homenagem por ser o atleta mais idoso da 7ª edição dos Jasti.
Depois da contagem regressiva para o show, os corações aceleraram. Principalmente, daquelas que passaram a juventude ao som de Wanderley Cardoso. Quando o cantor apareceu para o show de abertura dos Jasti, atletas pareciam adolescentes, buscando o abraço do ídolo da Jovem Guarda.
Completando 50 anos de carreira em 2014, Wanderley Cardoso fez um grande show. Além das próprias canções, ele cantou sucessos da Jovem Guarda.
CONFRATERNIZAÇÃO
Mais do que uma competição, os Jasti são como uma festa para os atletas. Odir Barni, que já participa pela quarta vez da etapa estadual dos Jasti, afirma que os jogos são um dos maiores feitos para eles. “É uma confraternização das maiores. O maior feito em prol do esporte é congregar pessoas de mais idade”, diz.
O infarto que já sofreu e os problemas na coluna são facilmente esquecidos nos Jasti. Barni supera tudo. Não tanto pelos jogos, mas por encontrar e confraternizar com outras pessoas.
Jogador de bocha, aos 66 anos, Barni representa Camboriú, da regional de Itajaí. Já foi coordenador dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) e árbitro de bocha. Porém, a experiência e o ouro que já trouxe dos jogos regionais não se comparam às amizades que vai conquistar em Canoinhas. “O que vier é lucro. Se não conseguir uma medalha, já levo a vitória de conquistar grandes amigos.”
PRIMEIROS JOGOS
Para Deolindo Gurjato, 69 anos, integrante do time de canastra de Guarujá do Sul, participar dos Jasti significa a personificação da felicidade. Ainda na quarta-feira, depois de alguns jogos, ele não sabia como seriam os jogos de ontem, mas já se considerava um campeão. “Eu e meu parceiro, Odair Perin, ganhamos a primeira partida de Santiago do Sul e perdemos a segunda para Lontras. Não sei o que vai acontecer na segunda rodada, mas só de participar já me considero um campeão”, dizia com felicidade enquanto conferia a tabela dos próximos jogos.
Outra que era o retrato da satisfação era Maria da Glória Moreira, de 63 anos, de São Francisco do Sul, que disputou o torneio de dominó fazendo dupla com a irmã Maria da Conceição Marcos, de 62. “Vencemos duas partidas, de Arroio Trinta e de Catanduvas, gostei muito de nossa participação. Foi um jogo muito tranquilo e na segunda fase jogaremos contra Rio Negrinho. Se vencermos, ótimo, se não, ótimo também, pois só o fato de estarmos aqui já é uma vitória.”
Hoje, o dia de competição continua para as modalidades de bocha, bolão, canastra, dominó e truco. À noite, acontece a apresentação de dança de salão, no Ginásio de Esportes da EEF Sagrado Coração de Jesus.
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