CN acompanhou um dos últimos ensaios gerais para a apresentação da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus na localidade
ob uma fina garoa, cerca de 200 pessoas se mobilizam atrás dos últimos detalhes para fazer da 11ª edição da apresentação da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus um sucesso. Na terça-feira, 15, o CN acompanhou um dos últimos ensaios gerais do teatro realizado pelos agricultores do Salto d’Água Verde, tradicional no município.
Ainda sem os figurinos, os atores estudam cada detalhe: desde a direção para qual olhar até os pequenos gestos em meio às dezenas de personagens, percebidos quando se analisa um grupo específico, sejam simulações de conversas ou brindes de taças.
Assim como nos anos anteriores, as falas foram gravadas anteriormente, já que o espaço do Morro do Cristo, onde acontece a encenação, é grande e o público tem aumentado a cada ano. Nesta edição, porém, a encenação vai trazer novidades quanto a cenários e figurinos, de acordo com os organizadores.
Elizabete Sconhetzki participa da coordenação do teatro desde a primeira edição, há 12 anos, e diz que a produção evoluiu 100% dos primeiros anos até agora. “A história é a mesma, mas é possível inovar. Não precisa ficar na mesma todo ano”, diz.
Segundo um dos coordenadores, Juliano Wardenski, uma das principais novidades deste ano estará na trilha montada antes da encenação no morro. “Mas se contar, já não é surpresa.” A trilha abre às 18 horas, em frente à igreja São João Batista, na localidade. É na trilha que a comunidade conta a história da vida pública de Jesus, desde a anunciação do anjo à Maria.
Desde 2002, a peça só foi cancelada uma vez, por causa do mau tempo. Este ano, os coordenadores estão contando com a ajuda do clima para que tudo saia como o esperado. Eles ressaltam a importância de que as pessoas que vão assistir à peça combinem e vão com menos veículos, pois o espaço para estacionamento não é tão grande, apesar dos terrenos que são cedidos pelas famílias.
São esperadas mais de 10 mil pessoas, entre turistas de outros Estados e pessoas que vem a Canoinhas visitar os familiares na Páscoa e aproveitam para conferir o teatro.
O INÍCIO
Todos os anos, na Páscoa, a comunidade fazia uma procissão de rua na sexta-feira da Semana Santa. Aos poucos, foram surgindo novas ideias. A intenção da comunidade católica do Salto d’Água Verde era fazer algo diferente que trouxesse mais destaque à data.
Em 2002, eles reuniram cerca de 90 agricultores para ensaiar uma peça teatral sobre a vida, morte e ressurreição de Cristo. Já neste ano, de 200 a 250 agricultores da localidade se dedicam para atuar como atores, tudo para manter viva a tradição e o verdadeiro sentido da Páscoa.
O terreno onde acontece a apresentação foi cedido pela família Wardenski para que a comunidade se apresente todos os anos, chamado de Morro do Cristo.
Haverá bancos, mas os espectadores também podem levar cadeiras.
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