Vasos com água parada são comuns nos cemitérios do centro e de Marcílio Dias

CANOINHAS ? Para quem se preocupa com a proliferação do mosquito da dengue, como o agente da Vigilância Epidemiológica José Donisete Kepp, um passeio pelos cemitérios do centro e do distrito de Marcílio Dias pode ser alarmante.

Uma em cada dez sepulturas ostenta vasos com água parada. O fato de praticamente todas as flores serem de material sintético não ameniza o problema. Muitas pessoas colocam areia nos vasos, mas deixam espaço para a água da chuva acumular. O resultado é um habitat perfeito para a procriação da larva do mosquito da dengue.

Kepp diz que mesmo colocando placas de advertência nos cemitérios, muitas pessoas não se conscientizam do perigo que a água parada representa. Ele aconselha que as pessoas façam furos no fundo dos vasos para que a água escoa ou encham de areia até a borda dos vasos. ?Felizmente há quase um ano não registramos presença de nenhuma larva em Canoinhas, mas se não haver cuidado, corremos sérios riscos?, adverte.

Para preservar o mosquito da dengue longe da cidade, no entanto, é preciso que cada um faça sua parte. Se perceber a presença de uma larva estranha em algum recipiente com água parada, a pessoa deve levar a larva em um recipiente com água até a Vigilância Epidemiológica, que funciona na prefeitura, a fim de que um exame laboratorial confirme ou não a suspeita.

DENGUE AVANÇA NO BRASIL

O alerta em Canoinhas é mais que necessário, já que a doença avança a passos largos no Brasil. Segundo o balanço divulgado esta semana pelo Ministério da Saúde são 134.909 casos de dengue em todo o Brasil até o dia 26 de março. O balanço anterior, de 12 de março, indicava 85.018 casos.

Isso representa um aumento de 58,7% no número de casos em apenas 14 dias. Mato Grosso do Sul mantém a posição de Estado mais atingido, com 41,18% das ocorrências (55.567 casos). Já São Paulo, que no dia 12 ocupava a sexta posição, passou para o segundo lugar, com 9,05% dos registros de dengue (12.221 casos).

A capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, é a cidade mais infectada do País, com 46.082 casos.