Objetivo é despertar a consciência para a reciclagem, praticamente nula em Canoinhas

 

 

 Edinei Wassoaski

 

CANOINHAS
 
A série O destino do nosso lixo, composta por oito reportagens, empreendida pelo CN e encerrada na semana passada dá início a uma campanha pelo destino racional do nosso lixo. A campanha Que herança você quer deixar? mostra o tempo de decomposição de produtos como garrafas de vidro que, depositadas no meio ambiente, levam de 4 mil a 1 milhão de anos para se decompor.
A série do CN revelou que 22,6% do lixo produzido em Canoinhas poderiam ser reciclados. Não é, simplesmente porque não há coleta seletiva na cidade. Apenas no interior, quinzenalmente, há coleta, ainda que tímida. Canoinhas está atrás de todos os municípios da região. Em Três Barras, por exemplo, há coleta sazonal do lixo reciclável. Pelo menos 50% dos lares tresbarrenses faz a separação do lixo. A coleta é feita pela mesma empresa que faz a coleta de lixo orgânico, a Serrana, sediada em Joinville, mas com aterro em Mafra.
 
IMPORTÂNCIA E VANTAGENS DA RECICLAGEM
 
A partir da década de 1980, a produção de embalagens e produtos descartáveis aumentou significativamente, assim como a produção de lixo, principalmente nos países desenvolvidos. Muitos governos e ONGs estão cobrando de empresas posturas responsáveis: o crescimento econômico deve estar aliado à preservação do meio ambiente. Atividades como campanhas de coleta seletiva de lixo e reciclagem de alumínio e papel, já são comuns em várias partes do mundo.
No processo de reciclagem, que além de preservar o meio ambiente também gera riquezas, os materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias estão reciclando materiais como uma forma de reduzir os custos de produção, como é o caso da Mili S.A., de Três Barras, que recicla mais de 300 toneladas de papel por dia.
Um outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem gerado nas grandes cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho neste setor e conseguindo renda para manterem suas famílias. Cooperativas de catadores de papel são comuns e tem se proliferado cada vez mais. Em Canoinhas, no entanto, chegou a ser criada uma Associação, mas não vingou porque a presidente eleita declinou do cargo. A prefeitura alega ser difícil captar verbas para manter a Associação. O orçamento deste ano prevê o destino de R$ 50 mil para a criação de um barracão para a Associação, mas o dinheiro ainda não foi liberado. Pesa contra os catadores também a queda no valor pago pelos atravessadores, que compram o lixo reciclável e revendem para a indústria da reciclagem. A queda no valor chega a 60%.
Mas mesmo com catadores nas ruas, poucos se conscientizam de separar o material reciclável, seja pela inconstância dos catadores ou simplesmente por falta de informação.
 
CAMPANHA
 
A campanha do CN vai trazer semanalmente uma peça publicitária mostrando quanto tempo leva para materiais recicláveis se decomporem no ambiente. O objetivo é conscientizar autoridades políticas e população sobre a importância da reciclagem. A cada semana uma nova peça será publicada nas páginas do CN.