Por telefone, Marciana Salai concedeu entrevista ao CN

CANOINHAS ? Por telefone na segunda-feira, 27, a diretora afastada da Associação dos Pacientes Oncológicos de Canoinhas e Região (Apoca), Marciana Salai, se defendeu das acusações imputadas à ela pelo Ministério Público.

Ainda se restabelecendo de complicações em sua saúde provocadas pelo câncer, Marciana disse estar muito abalada física e emocionalmente com o seu afastamento judicial da presidência da entidade, ocorrido há duas semanas. Ela se diz vítima de um provável complô criado com o objetivo de lhe tirar da presidência da entidade que ajudou a fundar em abril de 1998. ?Tudo que estão dizendo é mentira, eu não roubei nada e nunca usei a Apoca em benefício próprio?, garantiu.

O Ministério Público de Santa Catarina, por intermédio da Promotoria de Justiça de Canoinhas, constatou com base em procedimento de investigação, ainda em curso, a utilização de recursos da entidade no pagamento de festa particular, hospedagem de convidados em hotel e utilização indevida do microônibus da entidade.
Ainda de acordo com o Ministério Público, Marciana teria usado dinheiro da entidade para pagar curso de habilitação para sua filha.

DEFESA

 
Segundo Marciana a ?festa particular? citada pelo Ministério Público, foi uma homenagem que a Apoca fez para agradecer o empenho de pessoas e autoridades que sempre ajudaram a entidade e os pacientes por ela atendidos. ?Realmente, nós fizemos uma homenagem para as pessoas que nunca mediram esforços para nos ajudar, isto é uma coisa normal, acontece em outras entidades também?, disse.
Quanto ao pagamento de hospedagem em hotel, Marciana também confirma. ?Realmente a Apoca pagou a hospedagem de uma médica do Cepon que veio de Florianópolis para ministrar uma palestra para os pacientes, isso é um procedimento normal. Como vamos convidar um profissional e não pagar a sua hospedagem e alimentação??, questionou.
Sobre o suposto uso indevido do microônibus, Marciana diz que nunca autorizou o uso do veículo para outros fins que não fosse o transporte de pacientes. Marciana nega também que tenha pagado o curso de habilitação da filha com recursos da entidade.
A diretora afastada da Apoca disse que já apresentou sua defesa à Justiça e espera que o mais breve possível a verdade seja restabelecida. ?Acredito na Justiça, mas principalmente na justiça de Deus, que com certeza não vai falhar?, afirmou.
Marciana também se disse traída por alguns companheiros de diretoria que na sua opinião se voltaram contra ela, talvez por inveja ou porque ela sempre procurou conduzir a entidade com seriedade. ?Minha honestidade está no que eu consegui para a entidade que hoje tem um patrimônio de R$ 500 mil?, finalizou.