Vendaval deixou prejuízos de R$ 2,7 milhões; ocorrência de granizo descarta possibilidade de tornado

PAPANDUVA - A Defesa Civil de Papanduva, concluiu na sexta-feira, 8, o levantamento das perdas agropecuárias causadas pelo vendaval e chuva de granizo que castigou algumas localidades do interior de Papanduva, no final da semana anterior. Segundo Fábio Padilha, da Defesa Civil, a maior perda aconteceu nas lavouras de milho. Nas cinco localidades afetadas, distantes em média 20 quilômetros do centro, a quebra na safra chega a 2,8 mil toneladas, o equivalente a 90% da produção. A previsão era colher nessa área 3,1 mil toneladas. Quase tudo foi perdido.

Com a conclusão do levantamento, o valor do prejuízo para a economia local subiu. Inicialmente previsto em R$ 2 milhões, agora chega a R$ 2,7 milhões. Nas lavouras de feijão 90 toneladas, das 192 toneladas previstas para colher, foram perdidas. Prejuízo também nos reflorestamentos. Estima-se em 8 mil toneladas de pinus quebrados pela força do vento.

Situação não tão ruim só nas plantações de fumo. Como o período da colheita estava no final, menos de 10% da safra foi perdida. Levantamento da Defesa Civil aponta redução de 215 toneladas. Na região afetada pelo temporal, a previsão de colheita era de 2,5 mil toneladas.

Houve ainda prejuízos menores na pecuária. Pequenos animais, como porcos e ovelhas morreram. Alguns foram arremessados contra cercas e paredes.

 

DESCARTADO TORNADO

 

 O meteorologista Maurici Monteiro, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), descartou a possibilidade de o temporal ter sido provocado por um tornado. A possibilidade foi levantada por causa da intensidade dos ventos e por ter atingido apenas uma faixa restrita.

De acordo com Monteiro, a ocorrência de chuva de granizo não condiz com a ocorrência de tornado. Ele esclarece que o fenômeno ocorrido em Papanduva tem características semelhantes com tornado, ?mas se tem granizo, não há tornado?.

O que houve em Papanduva, segundo Monteiro, foram microtempestades com rajadas fortes de vento surgidas das correntes descentes de nuvens com características próprias, chamadas no linguajar científico de comunulimbus.