Aterro Sanitário de Mafra recebe resíduos de sete municípios, incluindo Canoinhas e Três Barras
Edinei Wassoaski
MAFRA
Quando em outubro de 2003 o então prefeito de Canoinhas, Orlando Krautler (DEM) decidiu terceirizar o serviço de coleta e tratamento do lixo orgânico produzido no município, não faltou quem questionasse os gastos que isso geraria para a cidade. Muitos mudariam de opinião caso visitassem o aterro sanitário da Serrana, empresa responsável pela coleta e tratamento de lixo urbano em Canoinhas, Mafra, Três Barras, São Bento do Sul, Jaraguá do Sul, Campo Alegre e Itaiópolis, situado às margens da BR-280, a um quilômetro de Mafra.
A complexidade, fruto de uma extensa lista de exigências legais, impressiona. A partir do momento em que as mais de dez carretas diárias de lixo entram no aterro, o lixo precisa ser tratado como algo extremamente perigoso. É dessa forma que os órgãos ambientais fiscalizam o funcionamento dos aterros.
A complexidade do sistema começa logo no local escolhido para montar o aterro. Mesmo sem curso d’água, o local tem de ser protegido por uma densa camada de argila sobre a qual é sobreposta uma geomembrana, espécie de capa extremamente resistente sobre a qual ainda é colocada outra camada de argila. Sobre esta segunda camada, vai o lixo que é compactado constantemente.
Para se ter uma ideia do potencial da estrutura, uma gota de água levaria 13 anos para chegar ao subsolo caso a ultrapassasse. Toda esta estrutura está sete metros acima do chão e tem vida útil. Em 20 anos, aproximadamente, tudo terá de ser inutilizado. A superfície terá de ser recuperada e um novo aterro será construído ao lado.
POLUENTE
Segundo o engenheiro sanitarista Marcio André Savi, o processo de compactação do lixo é tão complexo quanto o destino que se dá ao chorume, espécie de lodo que sai do lixo. Por isso, este lodo é drenado para reservatórios, que o destinam para uma estação de tratamento. Nesta estação, o lodo é separado do líquido e retorna ao aterro em estado sólido. O efluente (água) é tratado em outras três lagoas, em diferentes estágios, antes de ser devolvido ao meio ambiente, por meio do rio São Lourenço, que passa ao lado do aterro.
A drenagem do chorume, já trouxe ideias lucrativas aos engenheiros da Serrana. Isso porque é possível retirar gás metano deste resíduo. A queima do gás metano o transforma em CO2, que pode ser usado para produção de energia elétrica. A ideia é usar o próprio lixo para fornecer energia para o aterro. A empresa planeja ainda vender o excedente para empresas da região.
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