Membros da Aprasc estiveram esta semana na Câmara de Vereadores de Canoinhas

Edinei Wassoaski CANOINHAS Unidos ao movimento estadual por melhores salários para os policiais militares de Santa Catarina, um pequeno grupo de policiais filiados a Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc) estiveram na segunda-feira, 17, acompanhando a sessão da Câmara de Vereadores de Canoinhas. Eles foram pedir uma moção de apoio à causa. Vereador Paulo Glinski (DEM) fez um pronunciamento defendendo as reivindicações. Na segunda reunião desde que foi deflagrada a mobilização dos praças, realizada na quinta-feira, 13, o secretário de Estado de Coordenação e Articulação, Ivo Carminati, afirmou que o governo não pode apresentar ainda uma proposta e sugeriu a formação de um ?comando permanente? para elaborar um ?cronograma de reuniões?. O principal representante do Governo apresentou a ?nova fórmula? do Comitê Gestor que é construir uma nova política salarial vinculada à receita, com a negociação entre os servidores e posterior envio de projeto de lei para a Assembléia Legislativa. Questionado sobre se esse essa proposta não representa o abandono da Lei 254, que estabelece que o salário de um soldado seja de um quarto do valor pago a um coronel, cujo cumprimento é a reivindicação dos praças, Carminati garantiu que o pagamento da Lei de escala vertical e a implantação de novo projeto de salários vão acontecer de forma simultânea. APOIO Depois de ler o manifesto feito pelos praças e distribuído em folhetos, Glinski emendou dizendo que ?não se pode falar em segurança pública sem policiais motivados?, atrelando a motivação ao reconhecimento salarial. A maioria dos vereadores prestou apoio à causa e garantiu assinatura no manifesto que foi elaborado na terça-feira, 18. Vagner Trautwein (PSDB) lembrou que os policiais de Santa Catarina recebem um dos salários mais baixos do País. Trautwein lembrou ainda o déficit de pessoal, principal problema da Polícia do Estado. O vereador fez duras críticas ao Governo do Estado. ?Se perguntassem ao povo se eles preferem mais segurança nas ruas ou as SDRs (Secretarias de Desenvolvimento Regional) funcionando, duvido quem iria preferir as SDRs?. E continuou: ?Cria-se uma SDR do dia para a noite, mas em relação aos policiais não se cumpre o que prometeu?. Neno Pangratz (PP) também declarou apoio. ?Assino a moção de apoio com prazer, vocês merecem um dos melhores salários do País?, declarou. MOVIMENTO O comando da PM no Estado e a representação dos oficiais estão preocupados com um ?movimento silencioso? da tropa que está em curso. O deputado Soares, que representa a classe na Assembléia Legislativa de SC, diz que os praças estão se mobilizando e vão fazer o que for preciso. A disposição é desconsiderar o Regulamento Disciplinar, que impede militares de participar de atos reivindicatórios. ?Não vai ter segurança pública nesse Verão, e isso não é blefe. O mandato vai estar a disposição, se preciso, vou ser cassado, e não vai ter oficial para fazer tanto PAD (processo administrativo) e IPM (inquérito policial militar)?. Ontem, o governo anunciou para a próxima quarta-feira, 26, um novo encontro para apresentar as planilhas com a evolução remuneratória dos servidores da área. Segundo Carminatti, o governo precisaria dispor de cerca de R$ 30 milhões/mês para cumprir integralmente o que determina a Lei 254/03. A medida atinge cerca de 25 mil servidores ativos e inativos da Segurança Pública. Já o secretário Ronaldo Benedet, da Segurança Pública e Defesa do Cidadão, diz que quer evitar a queda de braços e confia na responsabilidade dos policiais catarinenses. "Queremos construir soluções. Entendo a situação dos policiais, mas o governo tem limites", disse ele, que defende ampliar o canal de conversação em busca do entendimento.