O alto índice revela a necessidade de mudanças urgentes no trânsito, tarefa para a prefeitura que está prestes a municipalizar o trânsito canoinhense; uma das medidas será o estacionamento rotativo

TRÂNSITO

A um passo da municipalização

 

Departamento Municipal de Trânsito aguarda liberação do Departamento Nacional de Trânsito para iniciar processo

 

CANOINHAS ? Todo o planejamento de mudanças no trânsito canoinhense já está no papel. Colocação de placas, pintura de faixas e a aguardada zona de estacionamento rotativo já estão definidas. Resta somente uma resposta positiva por parte do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para que o trânsito canoinhense seja oficialmente municipalizado. É o que garante Haroldo João Heyse, nomeado pelo prefeito Leoberto Weinert (PMDB), autoridade municipal de trânsito em outubro passado. Toda a documentação necessária para a municipalização foi encaminhada em dezembro para o Denatran e a resposta, segundo Heyse, deve vir nos próximos dias. ?Para o Denatran é muito bom que os municípios assumam o trânsito?, afirma Heyse, que acredita na agilidade do órgão.

Oficializada a municipalização, o primeiro passo é a sinalização e pintura de faixas que, conforme reconhece Heyse, ainda é muito precária na cidade. ?Para multarmos precisamos sinalizar adequadamente?, reconhece.

Já estão definidos o Conselho Municipal de Trânsito e a Junta Administrativa de Recursos de Infrações (Jari), aprovados pela Câmara de Vereadores no ano passado.

As Polícias Civil e Militar já concordaram em estabelecer uma parceria com o município para fiscalizar e multar infrações. Heyse prevê um aumento substancial no número de multas. ?Muitas infrações hoje passam despercebidas?, reconhece.

O total do lucro com as multas será rateado entre prefeitura e Governo do Estado, que repassará o valor às Polícias. O convênio foi firmado porque a prefeitura não tem condições de criar uma guarda municipal.

 

MUITO TRABALHO PELA FRENTE

 

Heyse admite que existe muito trabalho pela frente para efetivar o processo de municipalização do trânsito canoinhense. Um dos processos mais onerosos para o município será encontrar um pátio que sirva de depósito para veículos autuados que precisem ser apreendidos pelo município. Heyse admite ainda que faltam muitas placas de sinalização. ?O custo médio de uma placa de sinalização completa é de R$ 200?, explica, o que deve resultar em alto custo para o município.

 

 

Estacionamento pago: usuários são favoráveis

 

Um dos pontos mais polêmicos do projeto de municipalização prevê a implementação do estacionamento rotativo. Processo licitatório para a exploração do serviço foi aberto em novembro passado, mas nenhuma empresa demonstrou interesse, resultado de uma emenda por parte do legislativo que atribuía à empresa a responsabilidade por veículos furtados dos estacionamentos pagos.

Com a subtração da emenda, um novo processo licitatório foi aberto e já tem empresas interessadas. O pregão eletrônico acontece em 18 de fevereiro. Entre as determinações do processo licitatório, uma delas prevê que o ticket que dá direito à uma hora de estacionamento custe R$ 0,60. A primeira etapa será no centro nervoso da cidade: a rua Francisco de Paula Pereira, onde hoje, em horários de pico como 10 horas e 13h30min é praticamente impossível estacionar. A maioria dos carros estacionados é de pessoas que trabalham na própria rua. ?Os funcionários das lojas fazem um contra marketing ao ocuparem as vagas dos próprios clientes?, reclama um cliente.

 

 

 

Muitos veículos, ao menos um acidente por dia

 

Até março de 2006, 16.965 veículos haviam sido emplacados em Canoinhas, de acordo com dados do Departamento de Trânsito de Santa Catarina (Detran). Não existem dados atualizados sobre os emplacamentos, mas Heyse assegura que tenha passado dos 20 mil veículos. O número remete a uma média espantosa. Com 53 mil habitantes, a cidade tem pelo menos um veículo para cada 2,6 habitantes, mais de um veículo por família. A facilidade de crédito e os juros baixos em 2007 levaram muitos canoinhenses a comprarem seu carro próprio.

A grande concentração de veículos, que soma os de Canoinhas com visitantes, se traduz em acidentes que vão desde pequenas batidas até atropelamentos com vítima fatal como foi o caso da morte de um menino de 6 anos na rua Vidal Ramos em dezembro passado. Em 2007 foram registrados pela Polícia Militar, 448 acidentes no perímetro urbano de Canoinhas, média de pelo menos um por dia. ?Este número é absurdo considerando-se o tamanho de Canoinhas?, opina Heyse, que acredita que a municipalização ajude a disciplinar motoristas e reduza este número sensivelmente.

 

ACOMPANHE NA EDIÇÃO IMPRESSA O MAPA DE COMO VAI FICAR O CENTRO DE CANOINHAS COM O ESTACIONAMENTO ROTATIVO.