Municipalizado em 2006, trânsito registra menos acidentes, estacionamento fácil e caminhões no centro somente em horários especiais
Edinei Wassoaski
UNIÃO DA VITÓRIA
Caminhões transitando livremente pelo centro, estacionamentos lotados, média de um acidente por dia. A realidade canoinhense remonta à União da Vitória-PR de 2006, ano em que o prefeito Hussen Bakri (PSDB) e a Câmara de Vereadores decidiram municipalizar o trânsito da cidade. Desde então, segundo a responsável pelo Departamento Municipal de Trânsito, Juliane Stenzienger, os problemas não sumiram do dia para a noite, mas se percebe uma gradual diminuição nos problemas antes enfrentados.
O caso de União da Vitória serve de exemplo para Canoinhas que embora tenha municipalizado o trânsito no ano passado, até agora não efetivou nenhuma ação no sentido de organizar os tormentos do trânsito canoinhense.
Juliane explica que embora o município empate dinheiro, a parte maior de recursos que sustentam as mudanças e paga os salários dos cinco funcionários do Departamento de Trânsito vem da zona azul (estacionamento pago) e multas de trânsito. O estacionamento pago é administrado pela J.G. Estacionamento Rotativo, empresa que chegou a participar do processo licitatório para administrar os estacionamentos de Canoinhas, mas assim como as concorrentes, pulou fora da concorrência quando soube que os vereadores haviam aprovado emenda ao projeto de Lei que criava o estacionamento rotativo, atribuindo à empresa administradora a responsabilidade por veículos furtados. Em União da Vitória este dispositivo não existe e, segundo Juliane, não há registro de furtos de veículos durante o período em que o estacionamento rotativo funciona, basicamente horário comercial.
Em Canoinhas, 90% dos registros de furtos de veículos acontece à noite e madrugada. A Câmara concordou em suprimir a emenda e um novo processo licitatório foi aberto esta semana.
PESADOS
O principal problema de Canoinhas ? trânsito livre de veículos pesados pelo centro ? também era um problema para União da Vitória antes da municipalização. A partir do momento que o primeiro caminhão foi multado por trafegar pelo centro fora do horário de carga e descarga ? entre 19 e 9 horas ?, o trânsito no centro foi se transformando. Os veículos pesados passaram a cumprir a Lei com medo de pagar multa e o trânsito de veículos pequenos passou a fluir mais rapidamente, dando agilidade e ajudando a preservar os asfaltos. Veículos que transitam entre empresas da própria cidade tem um caminho alternativo, a exemplo de Canoinhas, que tem o anel viário entre as ruas Adão Tiska e Saulo de Carvalho. O medo de multas, segundo Juliane, tornou o caminho alternativo a rota dos veículos pesados, rapidamente. ?Se não multar, nada muda?, garante.
Juliane explica que a sinalização é vital para o respeito às Leis de trânsito. ?Não passa um dia sem que pintemos uma faixa?, afirma. As sinaleiras são constantemente monitoradas e um convênio com a Polícia Militar garante a fiscalização. Os funcionários da Zona Azul também ajudam a fiscalizar. Duas funcionárias do Departamento trabalham especificamente na conscientização, orientando motoristas e ministrando palestras.
Juliane lembra que o início foi difícil, muitas pessoas reclamavam. ?Hoje ouvimos mais elogios do que críticas?, garante.
Todas as alterações no trânsito são passíveis de veto por parte do Conselho Municipal de Trânsito, que em Canoinhas existe, mas não funciona. Em União da Vitória, garante Juliane, o Conselho não só funciona como boa parte das sugestões de mudanças no trânsito partiram dos membros da comunidade que compõem o Conselho. Audiências públicas acontecem freqüentemente para discutir e avaliar o sistema de trânsito. ?A sociedade sente que está fazendo parte de mudanças que a afeta no dia-a-dia?, afirma Juliane.
Deixe seu comentário