Apenas Irineópolis teve saldo negativo no período; farta oferta eleva dificuldades das empresas contratarem
O Planalto Norte criou 1.978 empregos formais no ano passado na comparação com o ano anterior. E as perspectivas são mais otimistas para 2014. Somente no mês de janeiro, considerado fraco para o comércio e a indústria, foram criados 351 postos de trabalho.
Para o presidente da Associação Empresarial de Canoinhas (Acic), Gilson Pedrassani, o dado é ótimo. “Está sobrando emprego. Historicamente temos gerado mais empregos que demitido, fruto da capacidade empreendedora da região. A maioria desses postos gerados não é de novos empreendimentos, é de ampliação das empresas já existentes. Mas fica uma lacuna, gostaríamos de mais empresas. Precisamos atrair novos empreendimentos”, pondera.
Recrutador de uma das maiores empresas da região, ouvido pelo CN, também vê a oferta de empregos como positiva, mas alerta para o efeito colateral desse excesso de oferta. “Aumenta a concorrência, dificulta a contratação de mão de obra qualificada. Quando a oferta aumenta, aumenta a rotatividade. Muitos funcionários deixam uma empresa atrás de outras ofertas de trabalho”, explica. Ele exemplifica dizendo que desde julho do ano passado a empresa tenta formar uma equipe de 100 pedreiros, mas não consegue.
A escassez de mão de obra tem feito a empresa abrir mão de pré-requisitos, como escolaridade, para conseguir preencher vagas.
Pedrassani também alerta para este efeito colateral. “Precisamos qualificar mão de obra. O problema é que as empresas têm capacitado funcionários que deixam o emprego pouco depois. No ano passado tivemos muita rotatividade. Está aí um bom mercado para escolas técnicas e até instituições de ensino superior”, lembra.
A rotatividade foi maior entre os postos com salários entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, segundo o presidente da Acic.
Pedrassani lembra também da necessidade de os empresários criarem mecanismos que agradem os funcionários a fim de “reter talentos”. “Não só incentivos financeiros, mas de relacionamento, ambiente de trabalho, ergonomia, um leque gigantesco”, dá a dica.
INTERIOR CRIOU MAIS EMPREGOS QUE CAPITAIS
O interior do Brasil ultrapassou as áreas metropolitanas e criou mais empregos com carteira assinada em 2013. As grandes cidades lideravam a abertura de postos formais no País desde 2005, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Os números do Caged revelam que o interior de nove Estados (Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul) foi responsável pela abertura de 340.881 postos formais na série sem ajuste, enquanto as áreas metropolitanas empregaram 211.190 pessoas. Apesar de o levantamento não abranger todo o País, a representatividade desses Estados é expressiva. Juntos, foram responsáveis por 552.071 empregos formais, de um total de 730.687 criados no Brasil em 2013.
As estatísticas do Caged levam em conta as admissões e os desligamentos para estabelecer as variações nos municípios, microrregiões e Estados, além do número de empregos formais e estabelecimentos empregadores. Os dados, organizados mês a mês, possibilitam o cálculo de variação anual.
Deixe seu comentário