Agora a Associação Aprisco assume oficialmente a administração do local

Na tarde da última segunda-feira (04), A Associação Aprisco de São José dos Cedros/SC assumiu oficialmente a administração do Lar São Francisco, que antes era gerenciada pela Prefeitura de Três Barras, através da secretaria municipal de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda.  

Os municípios de Três Barras, Bela Vista do Toldo e Major Vieira são os responsáveis por manter financeiramente as despesas referentes aos serviços prestados pela entidade, conforme prevê o termo aditivo de cooperação e que teve a chancela do Poder Judiciário e do Ministério Público.

A parceria é de dois anos e, neste período, a prefeitura de Três Barras vai repassar parcelas mensais de R$ 46,8 mil. Os outros dois municípios devem contribuir mensalmente com aproximadamente R$ 9 mil, cada.

O local disponibiliza 16 vagas de acolhimento institucional para crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, vítimas de maus tratos e que por ventura se encontram em vulnerabilidade e/ou risco social. Atualmente o Lar abriga cinco jovens.

Diretor administrativo da Aprisco, Ismael Batista fez questão de apresentar cada um dos 15 novos colaboradores do Lar, explicando também como ocorreu a escolha dos profissionais. Segundo ele, mais de 80 pessoas participaram do processo de seleção. "Este trabalho é para quem está apaixonado pela causa e tem vocação", observou.

O promotor de justiça da Infância e Juventude da Comarca de Canoinhas, Renato Maia de Faria, destacou a coragem dos municípios cooperados em apoiar um novo modelo administrativo para a entidade. Para ele, além do aporte financeiro do Poder Público Municipal, o Lar também vai precisar do auxílio da sociedade civil como um todo. "Tem que haver diálogo com todos", disse à nova direção.

O fato da Aprisco já ser mantenedora de casas de acolhimento em São José dos Cedros e Xanxerê foi lembrado pela juíza da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Canoinhas, Liliane Midori Yshiba Michels. "Já tem experiência", observou, ao também frisar que o modelo de gestão implantado no Lar em Três Barras está alinhado àquilo que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a própria Constituição no tocante a proteção integral aos jovens em situação de vulnerabilidade.

Ex - juíza da Comarca de Canoinhas, a desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina e coordenadora Estadual da Infância e Juventude Rosane Portella Wolf oficializou o ato solene de reinauguração do espaço.

Em sua fala, enfatizou a importância das casas de acolhimento oferecer oportunidades e preparar os jovens para a vida adulta. "Não podemos entregá-los à criminalidade", afirmou ao também lembrar que, grande parte dessas crianças e adolescentes, chega aos abrigos física e emocionalmente feridos.

Responsável pelo acolhimento institucional desde 2010, a Aprisco já contribuiu para a adoção internacional de 11 crianças, três adoções nacionais e o retorno de diversos jovens às famílias de origem e extensa.