Família, no entanto, conseguiu, na semana passada, pensão para os órfãos menores de idade

 No dia 13 de março de 2013, quatro homens que trabalhavam na colocação de um toldo no segundo andar de um prédio da avenida Rigesa, em Três Barras, tiveram suas vidas interrompidas em uma das mais chocantes tragédias que a região já registrou.

Funcionário da empresa BR Signs, Rafael Melo, 23 anos, morreu na hora, depois que o toldo que segurava se chocou contra a rede elétrica e retornou sobre seu corpo. 
Rafael ficou debaixo do toldo e morreu eletrocutado.
No dia seguinte, a segunda vítima faleceu no Hospital São Vicente de Paulo, em Mafra. Lucas Rocha tinha 17 anos. Ele teve 40% do corpo queimado e chegou a perder um dedo no acidente. 
Os irmãos Antonio César da Rocha, 47 anos, e José Olimpio da Rocha, 38 anos, tios de Lucas e sócios na BR Signs, morreriam nos dias seguintes.
Um ano depois da tragédia, pouca coisa aconteceu. O agente de Polícia Luis Rosa Peres acelerou as investigações e, em três meses, concluiu que houve responsabilidade por duas partes.
Primeiramente, os próprios trabalhadores, que trabalhavam sob condições inseguras. Contudo, com a morte dos quatro, essa questão se extingue do ponto de vista criminal.
O segundo apontamento do laudo se refere à Celesc, companhia que fornece energia elétrica ao município. Foi constatado pela perícia, feita com ajuda de técnicos da própria companhia, que a rede elétrica está em distância irregular em relação ao prédio. Como a rede foi instalada depois que prédio foi construído, justifica-se a culpabilidade da estatal. Segundo Peres, ele só não fechou o inquérito ainda porque a Celesc resiste a responder pedido formulado por ele que questiona quem foi o engenheiro que autorizou a rede elétrica em local irregular. Peres deve formular o pedido via judicial a fim de obter a resposta mais rapidamente. Assim que ele obtiver resposta ao pedido, garante, o inquérito será remetido ao Ministério Público.
O engenheiro responsável deve ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
 
AVANÇO
Enquanto o processo na área penal segue parado, a família Rocha e a do funcionário da BR Signs, Rafael Melo, obtiveram uma importante vitória jurídica na semana passada na área civil. A Justiça determinou que a Celesc pague uma pequena ajuda aos órfãos menores de idade até que o processo seja concluído. Apesar de o valor ser pequeno (um terço do salário mínimo), não cabe recurso. As famílias pedem indenizações pelas mortes. Isso só será possível, no entanto, com o inquérito concluído.