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Crise entre Venezuela e EUA preocupa, diz ministro da Defesa do Brasil (Fotos: Agência Brasil)
O ministro da Defesa, José Múcio, disse que tem a preocupação de que a crise entre Venezuela e Estados Unidos (EUA) possa chegar à fronteira do Brasil e lembrou que as Forças Armadas enviaram reforços para região antes do início das tensões das últimas semanas.
Estamos preocupados, como eu disse, com a nossa fronteira, para que ela não sofra e não transforme a nossa fronteira numa trincheira. O Brasil é um país pacífico. Nós investimos em armas, nas nossas forças, para defender o nosso patrimônio. Não é de olho na terra de ninguém, comentou Múcio na sexta-feira (5), após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro explicou que o Brasil mantém operações permanentes na fronteira com a Venezuela e, em 2024, havia programado para este ano a Operação Atlas, antes do agravamento da tensão entre Caracas e Washington.
"Nós estamos deslocando tropas para fronteiras, pensando na COP30, pensando em dar uma maior assistência a uma parte da fronteira mais inóspita, mais inacessível. De repente, estourou esse problema. A pessoa [diz] foi lá para ajudar a Venezuela. [Não] foi lá para não ajudar ninguém, acrescentou o ministro.
Em dezembro de 2023, o Brasil enviou tropas para a Fronteira com a Venezuela no contexto das tensões entre o governo de Nicolas Maduro e a Guiana, que disputam o controle da região de Essequibo.
'Briga de vizinho'
Sobre a crise entre Venezuela e EUA, que tem escalado nas últimas semanas, o ministro José Múcio disse que a situação é como briga de vizinho.
Isso é como briga de vizinho. Eu não quero que eles mexam no meu muro. Eu não quero que eles tirem a fiação que acende a frente da minha casa, que não mexam na minha casa, torcemos para que passe. Evidentemente, Eles devem ter os seus motivos, comentou.
Crise militar
O governo Donald Trump vem deslocando navios e um submarino militares para a costa venezuelana, sob o argumento do combate às drogas, enquanto acusa o governo de Nicolas Maduro de liderar um cartel narcotraficante.
Maduro rejeita as acusações e diz que Washington usa esse argumento para promover uma troca de regime do país sul-americano, dono das maiores reservas de petróleo do mundo. Especialistas consultados pela Agência Brasil rejeitaram chamar a Venezuela de narcoestado, como diz o governo Trump.
Nesse sábado (6), o presidente Maduro pediu para que os Estados Unidos (EUA) reduzam as tensões para evitar um conflito.
O governo dos Estados Unidos deve abandonar seu plano de mudança violenta de regime na Venezuela e em toda a América Latina e o Caribe e respeitar a soberania, o direito à paz, à independência, disse o presidente venezuelano.
Últimos desdobramentos
Na quinta-feira (4), em comunicado, o Departamento de Defesa dos EUA acusou a Venezuela de sobrevoar, com aeronaves militares, próximo a um navio dos EUA, supostamente em águas internacionais.
Este movimento altamente provocador foi concebido para interferir nas nossas operações anti-narcoterrorismo, disse o Pentágono em comunicado. A Venezuela não comentou essa acusação.
Em seguida, agências internacionais de notícias, com base em fontes não identificadas, informaram que os EUA enviaram dez caças F-35 para Porto Rico, ilha caribenha que é território estadunidense.
Segundo a Reuters, a medida seria para conduzir operações contra cartéis de drogas, disseram duas fontes informadas sobre o assunto. Os caças seriam adicionados à forte presença militar dos EUA no sul do Caribe.
Na última terça-feira (2), Donald Trump divulgou vídeo de um ataque a um pequeno barco supostamente carregando drogas próximo à Venezuela, o que teria assassinado 11 pessoas. O governo Maduro acusa os EUA de terem usado inteligência artificial em vídeo do ataque.
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