Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) uma a cada três pessoas em Gaza passa dias sem comer e há mais de 320 mil crianças pequenas que estão em risco de sofrer desnutrição aguda. Israel age para que a ajuda internacional não chegue à região, como foi o caso da apreensão da Flotilha Global Sumud, que contava inclusive com a presença de ativistas brasileiros. A flotilha tentava romper o cerco a Gaza transportando ajuda humanitária em 50 embarcações.
Não houve trégua nem mesmo neste dia 7. Tanques, barcos e jatos israelenses bombardearam partes da Faixa de Gaza nesta terça-feira.
Negociações
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump apresentou um plano de trégua para interromper o conflito. O plano prevê a libertação dos reféns israelenses em Gaza, a libertação de prisioneiros palestinos por Israel e o desarmamento do Hamas, que não poderá participar da governança de Gaza. Um grupo formado por lideranças estrangeiras comandaria um governo de transição.
Esta semana, as delegações de Israel e do Hamas iniciam as negociações indiretas com o objetivo de libertar os reféns e por fim à guerra. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito, as negociações terão como foco a primeira fase do plano de Trump, que é a libertação dos 48 reféns restantes detidos pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
O Brasil também vem defendendo um acordo na direção da paz e o presidente Lula cobra da ONU uma posição mais firme na defesa da criação do Estado palestino.
Conflito antigo
A tensão entre Israel e Palestina, que se estende há mais de 70 anos, envolve geopolítica, terras e religião, tendo em vista que a região é sagrada para o judaísmo e para o islamismo, assim como também é para o cristianismo. As raízes do conflito remontam à década de 1940, no pós-guerra, quando o fluxo migratório de judeus alterou a composição demográfica na região, gerando atritos entre a nova população e os árabes-palestinos.
Com o fim do mandato britânico sobre a Palestina, coube à ONU buscar uma solução. Em 1947, foi proposta a criação de dois estados, mas os árabes rejeitaram o acordo, alegando que ficariam com as terras com menos recursos naturais. Ainda assim, os judeus celebraram a criação do Estado de Israel em 1948. De lá para cá, em meio a violentos conflitos, Israel foi ampliando suas fronteiras. Por sua vez, os palestinos que vivem na região estão divididos em dois territórios que não têm, entre si, conexão por terra: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
A Palestina reivindica soberania sobre os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza e também considera Jerusalém como sua capital. Seu centro administrativo está na cidade de Ramallah, na Cisjordânia. Sua independência foi declarada em 15 de novembro de 1988 pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Entretanto, a maioria das áreas reivindicadas pelos palestinos está ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Em 1993, foi firmado o Acordo de Oslo, por meio do qual Israel e a OLP pactuaram a criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), um governo autônomo provisório que administraria territórios palestinos enquanto as negociações se desenrolassem para resolver questões importantes pendentes sobre o conflito.
O Hamas, nome que significa, em árabe, Movimento de Resistência Islâmica, é um movimento palestino constituído de uma entidade filantrópica, um braço político e um braço armado. Criado em 1987, ele é considerado hoje como organização terrorista por vários países, como Estados Unidos, União Europeia, Japão, Israel e Canadá. A ONU e alguns países membros, como o Brasil, não usam a mesma denominação.
Já são mais de 140 os países que apoiam a criação do Estado Palestino, inclusive potências europeias. Mas os Estados Unidos barram a proposta na ONU.
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