Os pais do adolescente morto, ambos da área de saúde, estavam consternados e sem condições de conceder entrevistas. O irmão de Isaac, o analista em tecnologia da informação, Edson Avelino, de 28 anos, falou em nome da família.
Apesar da idade, Isaac era uma criança muito responsável e amada. Queria estudar na mesma área do que eu, emocionou-se.
Em resposta à reportagem da Agência Brasil, Edson disse que espera que seja feita justiça e que, mesmo o crime tendo sido cometido por adolescentes deve ter punição.
Em um país em que se vota aos 16 anos de idade, entendo que a pessoa deve pagar pelos seus atos. Comecei a trabalhar com 14 anos com meu pai.
O delegado Rodrigo Larizzatti, da Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DCA), disse que sete adolescentes foram interrogados e três foram apreendidos. Ele confirmou que os adolescentes se aproximaram fingindo precisar de conexão à internet.
É uma prática recorrente do grupo para iniciar os roubos. Três deles estavam diretamemte envolvidos. Foram apreendidos. Durante a atuação, não demonstraram remorso. Apenas um deles perguntou se a vítima havia falecido.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), um adolescente (pessoa entre 12 e 18 anos) que comete um ato infracional equiparado a crime grave, como latrocínio (roubo seguido de morte), pode ser submetido a medida de internação pelo prazo máximo de três anos. Após esse período, o adolescente deve ser liberado ou colocado em regime de semiliberdade ou liberdade assistida.
A liberação obrigatória ocorre aos 21 anos, mesmo que o tempo total de três anos ainda não tenha sido cumprido.
Medo
Vizinho da família de Isaac e pai de um adolescente amigo do menino, o auditor Ricardo Montalvão disse que os moradores da quadra estão tomados pela tristeza e medo. Ele disse que o filho também teve o celular furtado recentemente.
Ele reclamou que o atendimento ao menino após a violência teria demorado 30 minutos.
A reportagem da Agência Brasil buscou informações com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal sobre o tema, mas não conseguiu contato
Outro colega de escola, Lucas, de 16, lembra que Isaac era muito divertido e era um dos craques no vôlei da turma do 2º ano.
Ele brincou comigo um dia antes. Não entendo como isso foi ocorrer. Não caiu a ficha ainda.