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Mortes no país crescem 4,6% em 2024, maior alta fora anos de pandemia (Fotos: Agência Brasil)
O Brasil registrou quase 1,5 milhão de mortes em 2024. Esse dado representa crescimento de 4,6% na comparação com 2023. Mas fica 0,6% abaixo do patamar de 2022, quando o país sofria os efeitos da pandemia de covid-19.
O crescimento de 4,6% de 2023 para 2024 é o maior dos últimos 20 anos, com exceção do período pandêmico. Sem contar os anos de emergência sanitária, nenhuma alta tinha superado 3,5% de um ano para o outro.
Os dados fazem parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto coletou as informações em mais de 8 mil cartórios.
| Número de mortes no Brasil | |
| 2019* | 1,3 milhão |
| 2020 | 1,5 milhão |
| 2021 | 1,8 milhão |
| 2022 | 1,5 milhão |
| 2023 | 1,4 milhão |
| 2024 | 1,5 milhão |
| *Último ano antes da pandemia | |
A pandemia resultou em mais de 700 mil mortes de 2020 a 2023.
Aumento esperado
A demógrafa Cintia Simoes Agostinho, analista da pesquisa, explica que o aumento no número de mortes é um comportamento esperado e tem a ver com o crescimento e envelhecimento da população brasileira.
Onde ocorrem mais óbitos? Nas pessoas mais velhas, contextualiza.
Então, o que a gente espera daqui para frente é um aumento do número de óbitos, porque a população vai envelhecendo, afirma.
A gerente da pesquisa, Klivia Brayner, explica que o IBGE não consegue identificar de forma mais detalhada a causa da morte, mas lembra que doenças circulatórias costumam ser as maiores causadoras.
A principal causa no Brasil, geralmente, são os óbitos por problemas circulatórios, como infarto, problemas do coração, diz.
Ela chama atenção para o fato de o número de mortes no Distrito Federal ter crescido 11,6% de 2023 para 2024. Teve aumento de óbitos por causas de dengue, lembra.
Mas a pesquisa teria que fazer um estudo utilizando outras fontes para entender essa informação, completa.
Morrem mais homens
Em 2024, de cada dez mortes, nove (90,9%) aconteceram por causa natural; 6,9% foram por causas não naturais, como assassinatos, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais. Em 2,2% delas a causa não foi informada.
O levantamento do IBGE assinala que em 2024 nasceram 105 meninos para cada 100 meninas. Por outro lado, a cada 100 mortes de mulheres, morriam 120 homens.
O número de óbitos não naturais entre homens (85,2 mil) foi 4,7 vezes maior que entre mulheres (18 mil). A diferença maior acontece na faixa etária de 15 a 29 anos. Nesse grupo de jovens, a sobremortalidade masculina por causas não naturais é 7,7 vezes maior que a feminina.
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