O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central (BC) afirmou, na ata da sua reunião de maio, que o crédito amplo segue com forte crescimento, apesar de uma leve desaceleração na margem e considerando um ambiente marcado pela elevação da Selic, alto endividamento de famílias e empresas e incertezas no cenário externo que podem levar a reprecificação de ativos. "O Comitê está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais", diz a ata.
Na avaliação do crédito amplo, a conclusão é de que a materialização de risco para micro e pequenas empresas segue elevada, como ocorre historicamente. "Quanto às famílias, as modalidades de maior risco continuam crescendo em ritmo superior ao das modalidades de menor risco, observando-se ainda leve piora na qualidade das concessões de crédito consignado e de cartão de crédito. O comprometimento de renda e o endividamento das famílias permanecem elevados e em trajetória ascendente, especialmente entre as faixas de menor renda. O porcentual de endividados de risco no país apresentou uma leve tendência de crescimento nos últimos dezoito meses", diz a ata.
O mercado de capitais também segue crescendo em ritmo superior ao do crédito bancário, ainda que tenha apresentado leve desaceleração. "Na visão do Comitê, esse cenário requer cautela e diligência adicionais no mercado de crédito", alerta.
O Comef reafirma que "segue entendendo que políticas macroeconômicas que aumentem a previsibilidade fiscal, que reduzam os prêmios de risco e a volatilidade dos ativos contribuem para a estabilidade financeira e, consequentemente, melhoram a capacidade de pagamento dos agentes".
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