A proporção de instituições financeiras que avaliam que a economia brasileira está em contração aumentou de 56% em fevereiro para 62% em maio. Os dados são da Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF) do segundo trimestre, publicada nesta quinta-feira, 5, pelo Banco Central.
"A percepção sobre o ciclo econômico está um pouco mais negativa, com migração de avaliação de recuperação e 'boom' para contração", diz a autarquia, no relatório de divulgação da PEF.
A razão de IFs que veem a economia em "boom" - ou seja, no pico do ciclo - caiu de 18% em fevereiro para 7% nesta edição. A proporção dos que veem recuperação passou de 12% para 11%, enquanto os que avaliam que o ciclo é de expansão avançaram de 13% para 19%.
Assim como em fevereiro, nenhuma IF avaliou que haja recessão no País. Para 1%, a economia está em depressão (o ponto mais baixo do ciclo), a mesma taxa da edição anterior.
A PEF revela que houve um crescimento na percepção de que a alavancagem das famílias está crescendo, com a proporção de IFs que consideram o grau "elevado e com tendência de alta" saltando de 19% em fevereiro para 31% nesta edição. Ao mesmo tempo, a razão dos que veem a alavancagem "elevada e com tendência de queda" diminuiu de 33% para 19%.
ACCPBrasil
Para 93% das IFs, o Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) deveria manter o Adicional Contracíclico de Capital Principal do Brasil (ACCPBrasil) em zero.
Quadro externo supera fiscal como maior risco à estabilidade financeira
A mesma pesquisa mostrou que Instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN) passaram a considerar que o cenário externo é o maior risco para a estabilidade financeira nos próximos três anos.
"Os riscos do cenário internacional passaram a ser os mais importantes, em função da guerra tarifária", afirma o BC, no relatório de divulgação do levantamento.
As menções ao cenário externo como principal risco aumentaram de 16% para 39%, na comparação com a PEF de fevereiro. Ao mesmo tempo, caiu de 52% para 30% a proporção dos que veem o fiscal como principal risco. Ambos os fatores têm probabilidade "média-alta" de se concretizar.
Em seguida, aparecem as menções à inadimplência e atividade (13% para 12%), a riscos de liquidez (4% para 5%) e contágio (zero para 2%). Os demais riscos foram citados por 12% das IFs consultadas nesta edição da PEF, contra 14% no levantamento de fevereiro.
Na avaliação das IFs consultadas, a maior probabilidade é que eventuais riscos sejam transmitidos pelo aumento de aversão ao risco (65%). Em seguida, entres os canais de transmissão, aparecem fuga de capitais (59%), contágio em mercados e IFs (56%) e queda de preços (53%).
O índice de confiança no SFN, calculado a partir de respostas das instituições sobre o grau de confiança, caiu de 76,65% em fevereiro para 75,0% nesta edição. É o menor nível desde agosto de 2024, quando o indicador também estava em 75,0%.
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