A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, revelou que o corte das taxas juros em 25 pontos-base (pb) não teve apoio unânime, com voto contrário de um dirigente, em coletiva de imprensa para comentar a decisão nesta quinta-feira. "Tivemos um consenso amplo, mas não foi unânime", disse, mas sem detalhar qual a opção escolhida pelo voto divergente.
Lagarde evitou comentar os próximos passos do banco central, reiterando que não há uma "trajetória predeterminada" dos juros e ressaltando diversas vezes que vê a política monetária bem posicionada no momento. "Prefiro não dizer nada sobre as próximas decisões ou possíveis futuros choques econômicos, sobre os quais não sabemos nada agora", afirmou.
Contudo, a presidente do BCE não descartou a possibilidade de ajustes futuros nas perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ou de outras projeções.
Lagarde lembrou que um grande fator que pode provocar alterações é o resultado das negociações comerciais dos EUA com todos os parceiros comerciais. "Isso não está no nosso cenário nem eventuais retaliações. Nossas projeções publicadas hoje consideram apenas o cenário atual", disse.
A equipe técnica do banco central projeta que as novas políticas comerciais devem pesar sobre as exportações e os investimentos empresariais nos próximos meses, contrapondo o forte crescimento do PIB europeu no primeiro trimestre.
Lagarde acrescentou que tensões geopolíticas na Ucrânia e no Oriente Médio, além de possível deterioração do mercado financeiro, podem piorar esse cenário, enquanto impulsionar reformas fiscais pode apoiar a atividade econômica.
A presidente também notou que aumentar a resiliência da economia europeia, melhorar ferramentas macroprudenciais e ampliar políticas econômicas e fiscais pró-ativas dos países da União Europeia (UE) podem ajudar no fortalecimento do euro.
Questionada, Lagarde reconheceu que há uma possibilidade da divisa europeia alcançar o posto de reserva de valor global. "Mas não é um processo que podemos tomar como garantido ou que será simples. Temos que estabelecer reputação de confiança para fortalecê-lo", afirmou, revelando que o assunto começou a ser debatido na última reunião monetária.
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