O possível encarecimento do petróleo no mercado internacional, com o agravamento do conflito no Oriente Médio após ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares no Irã, deve elevar os custos de produção, reforçando o aumento de preços dos derivados e se espalhando por outras indústrias, disse neste domingo, 22, Karine Fragoso, gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
"Estamos preocupados pelo preço do petróleo e, também, pelos impactos que o fechamento do Estreito de Ormuz pode ter em outras cadeias de produção", comentou, em relação ao possível fechamento, pelo Irã, de uma rota relevante do fornecimento da commodity.
"Como importadores de equipamentos, nós podemos ser atingidos pela alta de preços, que pode resultar da redução da oferta de energia."
A executiva avalia que o mercado de energia já vive uma fase de preços altos globalmente, com a busca por matrizes mais limpas. Neste ambiente, a redução da oferta e com manutenção da demanda inevitavelmente levaria a custos mais elevados.
"Isso joga luz sobre quão importante é a recomposição das nossas reservas. Hoje, temos menos de 13 anos, o que nos acrescenta riscos desnecessários e nos coloca numa posição de desvantagem frente a outras economias", comentou, defendendo a exploração das cinco bacias da Margem Equatorial e da Bacia de Pelotas e lembrando que dez anos atrás o Brasil tinha 23 anos de reservas provadas.
Além disso, afirmou Fragoso, é preciso aumentar a capacidade de refino para o óleo produzido no Brasil, adequando o parque industrial, que remonta à década de 80, e avançar em uma regulamentação que incentive o aumento de produção em campos maduros, como os da Bacia de Campos.
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