A economia da China deve perder força ao longo do segundo semestre de 2025 com a redução dos estímulos fiscais e o enfraquecimento das exportações, segundo a Capital Economics. "O apoio fiscal tem sustentado a demanda doméstica, mas oferecerá menos ajuda no restante do ano", afirmou a consultoria nesta quarta-feira, 25.
Apesar dos números oficiais indicarem uma expansão de 5,4% no primeiro trimestre, na comparação anual, a Capital calcula que o crescimento real foi de apenas 3,8% no período, conforme seu indicador alternativo de atividade. "Essa fraqueza ocorreu mesmo com a disparada das exportações no início do ano, impulsionadas por uma corrida para antecipar tarifas", destacou.
As exportações, que responderam por cerca de 40% do crescimento econômico em 2024, devem perder protagonismo. A Capital prevê que as tarifas dos EUA sobre produtos chineses se estabilizem em torno de 40%, e que isso "tire apenas 0,3% do PIB da China nos próximos dois anos".
Na frente doméstica, o consumo até mostrou recuperação recente, mas isso "pode ser apenas um impulso temporário do programa de troca de eletrodomésticos". O investimento, por sua vez, tem sido penalizado pela queda no setor imobiliário. "O setor não está prestes a se recuperar. Os preços devem continuar caindo e a construção seguirá em retração por anos", avaliou a consultoria.
Do lado fiscal, o afrouxamento anunciado para 2025 foi concentrado no início do ano. "A emissão de títulos deve ser menor no restante do ano, o que significa que o estímulo fiscal oferecerá menos suporte à economia".
Quanto à política monetária, a Capital acredita que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) só promoverá cortes modestos nos juros, temendo agravar a sobrecapacidade. "Esperamos apenas mais 10 pontos-base de corte em 2025". Com todos esses fatores, a consultoria projeta desaceleração do crescimento, e diz que "a economia deve crescer apenas 3,5% em 2025 e 3,0% em 2026".
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