A Moody's Ratings revisou a perspectiva para as notas de crédito soberano globais de estável para negativa. Ao anunciar a mudança, a agência cita incertezas relativas à política comercial, em meio a tarifas dos EUA, além do crescente risco geopolítico.
Até então, a instituição esperava uma gradual normalização macroeconômica ao longo de 2025, que abriria caminho para reformas nas dívidas públicas. No entanto, o cenário atual tem direcionado o foco para medidas de apoio econômico de curto prazo, de acordo com a análise.
"Isso deve adiar a consolidação fiscal e restringir investimentos voltados à produtividade", avalia a Moody's, que também vê realinhamento das cadeias produtivas.
Para a classificadora, a imposição de tarifas generalizadas pelo governo do presidente americano, Donald Trump, alterou a expectativa de estabilidade nas condições de crédito. Os mais vulneráveis serão os países mais expostos ao comércio com os EUA, menos economicamente diversificados e com colchões financeiros limitados. Essa lista inclui China, México e Canadá.
"A política fiscal pode mitigar parte da desaceleração, mas gastos sustentados podem comprometer a estabilização da dívida", ressalta.
Por outro lado, o Brasil está entre as economias que devem absorver melhor o impacto, diante da demanda doméstica ainda forte, conforme a instituição.
Se as negociações comerciais reverterem as tarifas, porém, a Moody's diz que pode voltar a melhorar a perspectiva global para estável.
Deixe seu comentário