O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor de serviços do Brasil caiu de 49,6 pontos em maio para 49,3 em junho, de acordo com dados divulgados pela S&P Global nesta quinta-feira, 3. Com a queda, essa foi a terceira vez consecutiva que o indicador fica abaixo dos 50 pontos, sinalizando contração da atividade.
Segundo a S&P, os participantes da pesquisa comentaram como fatores negativos os altos custos de empréstimos, as condições difíceis de demanda e as quedas contínuas no volume de novos pedidos.
"Esses fatores, juntamente com a eleição presidencial de 2026, prejudicaram a confiança nos negócios", avaliou a diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna de Lima, por meio de nota.
"Os resultados de junho levantam alguns sinais de alerta sobre o desempenho econômico do setor privado do Brasil no segundo trimestre do ano. O resultado médio do índice consolidado de atividade econômica foi o mais baixo desde o primeiro trimestre de 2021, com quedas relatadas pelos produtores de bens e provedores de serviços em meio à retração da demanda", detalhou.
Lima ponderou, por outro lado, que a inflação nos preços de venda foram relativamente moderados no período, com a taxa agregada recuando para o nível mais baixo em 20 meses.
PMI Composto
A S&P Global também reportou que o PMI composto, que mede a atividade dos setores industrial e de serviços conjuntamente, recuou de 49,1 pontos em maio para 48,7 pontos agora, também indicando contração para a atividade e atingindo a menor marca desde janeiro deste ano.
A S&P destaca que a atividade econômica e o volume de novos pedidos diminuíram nos setores industrial e de serviços, sendo a queda mais acentuada, em ambos os casos, para os produtores de bens. Adicionalmente, a indústria viu uma redução na tendência de criação de empregos, contrastando com o segmento de serviços. Entre maio e junho, o PMI industrial passou de 49,4 para 48,3, menor nível desde julho de 2023.
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