O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta quinta-feira, 3, do presidente argentino, Javier Milei, a presidência temporária do Mercosul, com duração de seis meses. Ele também visitará a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, que está em prisão domiciliar.
Às 8h, Lula participa do café da manhã oferecido ao presidente do Paraguai, Santiago Peña. O assunto do encontro não foi antecipado à imprensa. Brasil e Paraguai estão em fase de renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que estabelece as bases financeiras e comerciais da hidrelétrica binacional.
Com a revisão do Anexo C, o Paraguai poderá deixar de ser obrigado a vender ao Brasil - a preço de custo - a energia excedente que não consome. Segundo especialistas, essa mudança pode impactar o valor da conta de luz dos consumidores brasileiros.
Às 10h, Lula participa da sessão plenária da Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Mercosul e dos Estados Associados. Às 12h50, ele receberá a transferência da Presidência Pro Tempore do Mercosul.
Logo em seguida, o presidente visita Cristina Kirchner, após a liberação da Justiça argentina. O pedido foi feito pela própria ex-presidente, que está em prisão domiciliar.
A visita de Lula à Cristina gerou ruídos com o presidente da Argentina, Javier Milei. No dia 11 de junho, o petista manifestou apoio a Cristina, condenada a seis anos de prisão. Na rede social X, Lula disse que telefonou à ex-presidente e disse que notou que ela lida de "maneira serena e determinada" com o que ele chamou de "situação adversa".
A ex-presidente da Argentina foi condenada por contratos superfaturados em obras públicas e fraudes em licitações na província de Santa Cruz durante sua presidência. Além da prisão, ela também teve os direitos políticos cassados. Cristina diz ser inocente e vítima de perseguição judicial.
Reuniões bilaterais
Após a visita, Lula terá duas reuniões bilaterais. Uma com o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Esquivel e outra com o presidente boliviano, Luis Arce. A Bolívia foi incorporada ao Mercosul em julho do ano passado. Por regra, o país tem quatro anos para se adequar às normas do bloco e aderir à Tarifa Externa Comum (TEC). O Brasil apoiou a entrada do país no bloco e deve reforçar a importância para a região de que a Bolívia conclua o processo de entrada.
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