O Ibovespa emendou a sexta sessão no campo negativo e, no intradia, foi ao menor nível desde 9 de junho, abaixo dos 135 mil pontos. Mesmo considerando que a série desfavorável começa do patamar mais alto já atingido pelo índice, a 141 mil pontos, a sequência de recuos já é a mais longa desde o intervalo entre 28 de maio e 5 de junho de 2024, há mais de um ano - quando a Bolsa também caiu por seis sessões consecutivas.

Nesta segunda-feira, o Ibovespa operou entre mínima de 134.839,69 e máxima de 136.186,67 pontos, nível correspondente à abertura. Ao fim, mostrava perda de 0,65%, aos 135.298,99 pontos, com giro a R$ 18,8 bilhões na sessão. No mês, diminui 2,56%, reduzindo a alta acumulada no ano a 12,48%.

"Parte importante desta pressão, hoje, veio da divulgação do IBC-Br - considerado uma prévia do PIB - divulgado pelo Banco Central, que apontou redução de 0,74% em maio e frustrou o mercado. E há também os contínuos anúncios dos Estados Unidos sobre novas tarifas de importação, que atingem Brasil, México e também, agora, a União Europeia", diz Patrick Buss, operador de renda variável da Manchester Investimentos. "Conforme o tempo passa, estas tensões e declarações deixam o mercado mais pessimista, com medo de novas medidas. A combinação desses fatores pesa sobre as ações, principalmente de setores ligados à exportação."

Na ponta perdedora do Ibovespa na sessão, destaque para BRF (-4,55%), Telefônica Brasil (-3,08%) e Lojas Renner (-2,83%). No lado oposto, Petz (+3,84%), Hapvida (+3,03%) e MRV (+2,96%). Na sessão, a queda dos juros futuros no início do dia auxiliou o desempenho das ações de empresas de consumo, varejo e construção, embora esse movimento tenha sido revertido ao longo do pregão, aponta Alison Correia, analista e co-fundador da Dom Investimentos.

Nesta abertura de semana - esvaziada em dados domésticos, mas que trará nova leitura sobre a inflação dos Estados Unidos - as ações de primeira linha tiveram desempenho cauteloso, firmes no campo negativo. Exceção entre os grandes bancos para Bradesco PN, em leve alta de 0,37% no fechamento - no campo oposto, destaque para Santander Unit, em baixa de 2,05%, e Banco do Brasil (ON -2,18%). Vale ON cedeu 1,14% e as perdas em Petrobras ficaram em 1,07% (ON) e 1,32% (PN) no encerramento.

Na agenda doméstica, o Boletim Focus desta segunda-feira trouxe queda na projeção do PIB e aumento das estimativas de inflação pelo mercado, destaca a economista Paloma Lopes, da Valor Investimentos. "E seguimos com indefinição sobre o IOF. No Brasil, as coisas não estão simples de serem resolvidas. Lá fora, o 'efeito Trump' parece estar beneficiando mais os chineses do que era esperado, o que tem se refletido em especial no câmbio doméstico - muito reagente, no momento, tanto a fatores internos quanto externos", diz a economista. Hoje, o dólar à vista fechou o dia em alta de 0,66%, a R$ 5,5842.