A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) avalia que a imposição de uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos deve "inviabilizar" a venda para o mercado americano. O presidente Donald Trump assinou nesta quarta uma ordem executiva confirmando o aumento da carga tributária sobre bens brasileiros, levando a um total de 50%.
Segundo a Abicalçados, os EUA são o principal destino internacional do setor calçadista brasileiro. "Temos empresas cuja produção é integralmente enviada ao mercado externo, a maior parte para os Estados Unidos", afirmou a entidade em nota.
Essas empresas, ainda de acordo com a entidade, "terão produtos muito mais caros do que os importados da China, por exemplo, que pagam uma sobretaxa de 30%". A Abicalçados fala em uma perda de 8 mil empregos diretos.
A associação lamentou que os esforços de empresários e do corpo diplomático brasileiro não tenham sido suficientes para que o governo americano mantivesse a "histórica relação comercial entre Brasil e Estados Unidos".
Para mitigar os efeitos dessa medida na indústria, a Abicalçados defende que o poder público implemente linhas para cobrir o Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) em dólar com juros do mercado externo; a ampliação do Reintegra para exportadores; a liberação imediata de créditos acumulados do ICMS; e a reedição do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm).
Contexto
Segundo a Abicalçados, os Estados Unidos respondem por mais de 20% do valor total gerado pelas exportações do setor. No primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou ao país US$ 111,8 milhões, equivalentes a 5,8 milhões de pares de calçados.
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