A Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) divulgou os resultados referentes a junho, que teve resgate líquido de R$ 3,1 bilhões, o pior resultado para um mês na série histórica. O valor é 170,8% inferior ao registrado em junho de 2024, ou seja, R$ 7,5 bilhões a menos. Prêmios e contribuições totalizaram R$ 8,2 bilhões, queda de 44,9% frente ao mesmo mês de 2024, enquanto os resgates cresceram 7,6%, para R$ 11,4 bilhões.

Para o presidente da Fenaprevi, Edson Franco, a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) interrompeu o fluxo de novas contribuições, tanto pela instabilidade regulatória quanto pela incerteza provocada pela edição subsequente de decretos e as repercussões no Legislativo e no Judiciário, produzindo grandes dificuldades operacionais para as empresas do setor.

"A Fenaprevi segue convicta de que o IOF no VGBL deveria ser revogado e o produto incentivado por ser o instrumento de proteção previdenciária mais inclusivo do mercado ao atender a todas as modalidades de emprego, principalmente considerando o contexto demográfico, de envelhecimento da população, as novas relações do mercado de trabalho e os desafios do sistema de previdência pública", diz o presidente da instituição.

No primeiro semestre, a captação líquida dos planos de previdência privada aberta foi de R$ 6,4 bilhões, 78,8% abaixo do observado no mesmo período do ano passado. A arrecadação somou R$ 81,9 bilhões, recuo de 14,1% na mesma base de comparação, enquanto os resgates alcançaram R$ 75,5 bilhões, alta de 15,8%.

O setor administra R$ 1,7 trilhão em ativos, resultado de mais de 11 milhões de pessoas que buscam proteção de longo prazo.

Ao todo, são cerca de 13,6 milhões de planos de previdência aberta no Brasil, dos quais 8,5 milhões (62%) são do tipo VGBL, 3,1 milhões (23%) do tipo Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e os demais, quase 2 milhões, são planos tradicionais.