O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quarta-feira, 20, impulsionado pela fraqueza do dólar e dos juros dos Treasuries, que se mantiveram em queda diante das incertezas sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu para que a diretora do Fed Lisa Cook renuncie ao cargo, após ser acusada de fraude hipotecária.

O ouro com vencimento em dezembro encerrou em alta de 0,89%, a US$ 3.388,50 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex).

O presidente do conselho da Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA (FHFA, na sigla em inglês), William Pulte, alegou que Cook cometeu fraude hipotecária e, poucas horas depois, Trump disse que a diretora deveria renunciar. A possível saída de Cook pode abrir espaço para que Trump indique um novo nome com abordagem dovish, que defenda os cortes de juros pelo Fed, o que pode beneficiar o ouro.

Para a Trade Nation, os investidores estão de olho no dólar americano, já que uma mudança significativa pode ser o catalisador para o metal precioso sair de sua faixa atual. "Possíveis gatilhos para uma mudança no dólar podem incluir a ata da reunião do Fed ou, mais provavelmente, o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, na sexta-feira", avalia.

De acordo com o Goldman Sachs, o metal precioso tem se mantido amplamente estável há vários meses, devido à "calmaria sazonal" na demanda por ouro por bancos centrais e instituições. O banco mantém suas expectativas de preço de US$ 4.000 por onça-troy para meados de 2026. Segundo o Goldman, no entanto, um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia pode desencadear uma liquidação de curta duração do ouro.