O diretor-presidente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), Jorge Hijjar, disse que a empresa continua aguardando a análise da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre o projeto da companhia para a criação de hub de biometano. A proposta, disse, vem na esteira de um "momento ímpar" do país de maturar o mercado de gás.
Hijjar afirmou que vê o cenário atual com otimismo, apesar da necessidade de ajustes na regulação e de celeridade em relação à revisão tarifária. "É um momento de efervescência regulatória e de mercado, com novos agentes e projetos disputando espaço", destacou, em painel do Rio Pipeline & Logistics 2025, evento do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP), no Rio de Janeiro.
Dentre os projetos, está a intenção da empresa de criar centrais de injeção do biometano. A empresa avalia criar de dois a três pontos de injeção no curto prazo, cada um com capacidade inicial de 200 mil metros cúbicos por dia. Eles funcionarão como estações de recebimento que darão escala a pequenos produtores que hoje esbarram no alto custo de interconexão.
"Não buscamos nenhuma regulação que obrigue o biometano a entrar no transporte; queremos, sim, oferecer ao mercado um modelo de negócio que dilua custos e abra portas para quem produz pouco", explica.
"Para cada hub de biometano em funcionamento, vamos aumentar a tarifa média no nosso sistema em 0,25%. A nossa proposta prevê a diluição desse custo para o mercado. Estamos falando em aumentar preço final do gás em 0,03%. Acho que é justo considerando que há uma política do país e nossa de contribuir para a transição energética", detalhou.
A empresa diz que já tem 17 cartas de intenção de produtores e a solução para incrementar o transporte do biometano e atingir o mercado nacional. "Em certas regiões a produção prevista de biometano é maior do que o consumo dessa região. Então, não tem jeito, essa região vai ter que exportar o gás. Com esse projeto, quisemos oferecer ao mercado uma opção de negócio", enfatizou.
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