Landau aceita falar com Alckmin, mas tônica tem de ser 'política', diz presidente da CNI

Por Denise Abarca

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, disse nesta quinta-feira (4) que o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, mostrou disposição para um "processo de entendimento" com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. "O subsecretário Landau disse que pode ligar diretamente para ele para programar e agendar as primeiras conversas", afirmou Alban, em entrevista coletiva em Washington (EUA) para fazer um balanço da missão empresarial que foi aos Estados Unidos na tentativa de abrir um canal de negociação das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

Segundo o empresário, Landau se disse à disposição para receber "o contato do governo brasileiro" por meio do vice-presidente. "Ele estaria disposto, desde que o presidente Alckmin tomasse (a iniciativa) e conversasse sobre os assuntos", afirmou Alban. Ele acrescentou que, segundo Landau, a tônica da conversa tinha de ser a situação política. "O contato tem de ser esse. Não é o Departamento de Comércio. É o Departamento de Estado. O problema político é o que está na mesa. E é até aí onde nós podemos nos alvoroçar, porque o aspecto político é com o governo", enfatizou.

"A única coisa que estamos totalmente disponíveis a colaborar são assuntos que têm origem ou judiciária ou legislativa, com relação às empresas que atuam no Brasil ou nos Estados Unidos", endossou.

O presidente da CNI fez um balanço positivo da missão. "De modo geral, os objetivos foram atingidos. Viemos para tentar iniciar um processo de possibilidade de negociação. Nunca nos iludimos. Esse processos têm altos ruídos com a política e altos ruídos com a geopolítica", afirmou.

Segundo Alban, o grupo nunca imaginou que a tarefa fosse simples, e tinha ciência das dificuldades. "Nunca nos iludimos. O processo tem altos ruídos com a política e a geopolítica", afirmou. De acordo com o presidente da CNI, a missão teria conseguido sensibilizar os empresários americanos da necessidade da parceria, já que muitos produtos não têm fornecedor alternativo.