Haddad: mudaria de novo a meta de inflação de calendário para contínua sem mudar centro da meta

Por Francisco Carlos de Assis e Mateus Maia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 23, que não vê como um equívoco a mudança de meta de inflação calendário para contínua sem mudar o centro desta. A declaração foi realizada em entrevista no portal ICL Notícias.

Segundo o ministro, a decisão foi tomada para adequar o Brasil ao resto do mundo porque nenhum lugar do mundo tem meta de inflação gregoriana.

O novo regime, em vigor desde janeiro, prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses.

Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.

A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O ministro da Fazenda pode propor uma alteração ao Conselho Monetário Nacional (CMN), mas é necessário esperar 36 meses para que qualquer mudança tenha efeito.

Haddad avaliou nesta terça que foi a decisão correta naquele momento e que disse ele faria novamente. Ele citou também, sem entrar em detalhes, que as pessoas ainda vão saber o quão difícil foram as transições de governo e no Banco Central.

O ministro declarou que tinha que "driblar" crises com muita frequência e que estas, muitas vezes, eram produzidas artificialmente.

Segundo ele, mesmo com o desmonte de governos anteriores, o governo está fazendo investimento em infraestrutura e em portos e aeroportos, por exemplo.