Ata: Copom reconhece queda das expectativas do Focus, mas reforça 'perseverança' na reancoragem
O Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu, na ata da sua mais recente reunião, que as medianas do relatório Focus para a inflação têm apresentado um "incipiente movimento de queda." Mas essa baixa está concentrada em horizontes mais curtos, e a reancoragem vai exigir uma condução dos juros nesse sentido, afirmou.
"O comitê avalia que a reancoragem das expectativas de inflação reduz os custos da desinflação e entende que tal processo exige perseverança, firmeza e serenidade", diz a ata publicada nesta terça-feira. Na última reunião, do dia 17, o Copom manteve a taxa Selic em 15% ao ano.
Segundo o colegiado, essa "incipiente queda" das expectativas em horizontes mais curtos reflete uma combinação de elementos, como a própria política monetária e números de inflação corrente. O colegiado destacou que, mesmo medidas por diferentes instrumentos, as expectativas de inflação permanecem acima da meta em todos os horizontes, mantendo o cenário "adverso."
O colegiado reforçou que a desancoragem das expectativas causa desconforto a todos os seus membros e deve ser combatida. No debate da última reunião, foi destacado que as expectativas acima da meta aumentam o custo de desinflação em termos de atividade, segundo o documento.
"Na discussão sobre esse tema, a principal conclusão obtida e compartilhada por todos os membros do Comitê foi de que, em um ambiente de expectativas desancoradas, como é o caso do atual, exige-se uma restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado", diz a ata.