O ouro fechou em alta pela quinta sessão consecutiva nesta quarta-feira, 1, depois de subir acima de US$ 3.900 a onça-troy pela primeira vez na história. O início da paralisação do governo dos EUA (shutdown, em inglês) reforçou a busca por segurança, enquanto perspectivas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) beneficiaram o metal dourado ante pares.
Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para dezembro encerrou em alta de 0,62%, a US$ 3.897,50 por onça-troy, renovando maior nível de fechamento, depois de bater máxima a US$ 3.922,70 na madrugada.
O ouro e a prata continuam em alta demanda e atraem fluxos de investimentos, embora ambos sigam vistos como demasiadamente comprados, avalia o Swissquote. As tensões comerciais entre China e EUA, riscos geopolíticos, menor apetite por dólar e Treasuries somam-se agora ao shutdown do governo americano, ampliando o caso bullish para o metal dourado, conforme analistas.
O Swissquote nota ainda que a China está "posicionando gradualmente o yuan e o ouro como alternativas ao dólar, encorajando parceiros comerciais a converter superávits armazenados em Xangai". "Se 80% do superávit comercial da China for convertido, isso demandará 15% a 20% da produção anual global de ouro, criando um poderoso catalisador para os preços", prevê.
O Erste Group destaca que o metal dourado foi o ativo com a melhor performance globalmente neste ano, valorizando mais de 44% no ano até agora em termos de dólar, diante da demanda ininterrupta de investidores institucionais privados desde o terceiro trimestre do ano passado, especialmente na América do Norte e na Europa.
O Erste estima que o rali deverá continuar, previsão que contrasta com o TD Securities, que espera uma pausa nos ganhos do ouro. Já a prata deverá pressão de baixa na próxima semana, prevê o banco canadense, quando a China retornar de feriado e a liquidez do mercado de metais preciosos aumentar.
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