A Fenabrave, associação que representa as concessionárias de automóveis, voltou a revisar para baixo as previsões sobre as vendas de veículos zero quilômetro neste ano, apontando efeito da desaceleração do crédito. O prognóstico ao crescimento das vendas de veículos, que começou o ano em 5% e foi revisto para 4,4% em julho - e agora está em 2,6%.
Se confirmada a expectativa da entidade, 2025 vai terminar com 2,7 milhões de unidades vendidas, na soma de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
"O ponto principal é a taxa de juros. Infelizmente, se tivéssemos uma taxa de juros menor, o crescimento seria muito mais agressivo, ultrapassaria até os 5% do início do ano", explicou o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior.
Ele lembrou que o Banco Central (BC) já deu sinais de que os juros de referência da economia, a Selic, só começarão a cair no ano que vem.
Os dados de setembro revelaram que a comercialização de veículos está crescendo menos de 3% no acumulado desde o início do ano. Na apresentação do balanço, a economista Tereza Fernandez observou que a expansão das concessões de crédito à pessoa física já caiu de 31,4% para 3,8% desde outubro do ano passado.
Assim, pontuou, é possível chegar ao fim de 2025 sem crescimento de crédito. A economista, responsável por traçar as premissas macroeconômicas que subsidiam as previsões da Fenabrave, disse que há preocupação em relação à oferta de financiamento com o avanço da inadimplência e o endividamento das famílias.
Na comparação com as previsões anunciadas em julho, a expectativa para o crescimento das vendas de carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, recuou de 5% para 3%. Em relação às vendas de caminhões, segmento bastante afetado pelos juros mais altos, a Fenabrave continua prevendo queda de 7% das vendas. Para os ônibus, a entidade prevê crescimento de 6%, prognóstico que tem sido mantido desde o início do ano.
As novas previsões da associação das concessionárias incluem ainda um crescimento de 15%, para 2,16 milhões de unidades, nas vendas de motos em 2025, mais do que os 10% projetados anteriormente.
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