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Chefe do Executivo de Canoinhas cobra medidas do Governo Federal contra a crise no setor e pede ações emergenciais para proteger famílias produtoras do Planalto Norte
Lutar pelas famílias produtoras de leite. Este foi o objetivo principal da participação da prefeita Juliana Maciel na audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, realizada nesta terça-feira, 4, em Brasília.
“Se não for muita raiva da agricultura é muita incompetência do Governo Federal. Que tipo de produto nós estamos entregando para as nossas crianças porque aparentemente leite não é. Nem o que vai à mesa do brasileiro se tem respeito neste país”, disse a prefeita ao fazer uso da palavra durante a audiência.
Os produtores de leite brasileiro vêm sofrendo com os baixos preços praticados no país em decorrência da importação de leite em pó da Argentina. O produto argentino é misturado com água e comercializado no Brasil.
“Quem é que está ganhando com isso e fazer o produtor de leite perder o que está perdendo? O leite argentino entra com preço 50% inferior ao que a gente produz no Brasil. Alguém está ganhando. Tem alguém com interesse maior do que os brasileiros, maior do que os produtores, maior do que quem sustenta este país. Isso não é justo. Que tipo de produto nós estamos entregando as nossas crianças se alimentarem?”, questionou a prefeita durante a sua participação na audiência.
O Planalto Norte Catarinense possui 800 famílias que trabalham com leite produzindo 70 milhões de litro de leite por ano – em Canoinhas são 147. “O leite, inclusive o catarinense, tem um dos maiores rigores sanitários do Brasil”, lembrou a prefeita.
O Conseleite-SC apontou o pior valor do ano para o litro base (R$ 2,14), enquanto os custos de produção seguem elevados
O encontro tratou da implantação de um contrato futuro de leite no Brasil, medida que pode reduzir riscos de mercado, dar mais previsibilidade aos preços e reforçar a competitividade do setor lácteo. A iniciativa busca garantir mais estabilidade econômica aos produtores e fortalecer a cadeia produtiva diante da alta dos custos e da oscilação de valores pagos ao litro do leite.
Juliana também entrega nesta quarta aos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, um ofício em nome dos municípios do Planalto Norte Catarinense e da Amplanorte, manifestando preocupação com a crise que atinge a pecuária leiteira e solicitando apoio emergencial e medidas estruturantes para o setor.
Entre as ações solicitadas aos Ministérios estão o controle, fiscalização rigorosa e aplicação de tarifas antidumping sobre as importações de leite e seus derivados; a retomada dos estoques reguladores; a ampliação da compra governamental via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); além de linhas de crédito emergencial e incentivos tributários para manter os produtores ativos.
“Estamos pedindo ao ministro que olhe com urgência para os produtores catarinenses. No Planalto Norte, o leite é sustento de milhares de famílias e pilar da nossa agricultura familiar. Se o governo agir agora, ainda há tempo de evitar que muitos abandonem a atividade”, destacou Juliana Maciel, que também preside a Amplanorte.
“A defesa do produtor é também a defesa de toda a cadeia do leite; um sistema que gera empregos, movimenta o comércio e sustenta a economia rural e urbana de Santa Catarina”, conclui a prefeita.
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