Por Antídio Lunelli, deputado estadual

O combate ao crime não admite meias-palavras. Não admite desculpas ou tentativas de transformar o bandido em vítima. O Brasil precisa recuperar a coragem de dizer o óbvio: bandido não é vítima — vítima é a sociedade que trabalha, produz, paga impostos e, ainda assim, vive com medo.

Quem precisa ser protegido é o cidadão de bem, o homem e a mulher que levantam cedo para sustentar a família, movimentar a economia e contribuir com o Estado. No entanto, em grande parte do país, é justamente esse cidadão que se tranca em casa enquanto o criminoso anda solto. Essa inversão de valores não é apenas imoral — é perigosa. E precisa ser enfrentada com firmeza, sem romantizar o crime nem buscar justificativas sociológicas para o inaceitável.

Em vez de desculpas, o Brasil precisa de autoridade, disciplina e gestão séria na segurança pública. Santa Catarina é a prova viva de que, quando o Estado assume o controle e valoriza suas forças policiais, os resultados aparecem. Aliado a isso, claro, existe no nosso Estado a cultura de valorização do trabalho, do empreendedorismo, da educação e da participação social.

De junho a setembro de 2025, Santa Catarina registrou a menor taxa de homicídios dos últimos dezoito anos. E há um dado que chama ainda mais atenção: 77% dos homicídios são solucionados, um índice comparável ao de países como Alemanha, Canadá e Japão, onde a taxa de elucidação de assassinatos gira entre 70% e 80%. Isso mostra que aqui existe comando, coordenação e respeito à lei.

Mas os números vão além. Segundo levantamento do Instituto SOS Segurança, as três cidades mais seguras do Brasil estão em Santa Catarina. Brusque ocupa o primeiro lugar, com 1,4 homicídio por 100 mil habitantes — índice dez vezes menor que a média nacional, que gira em torno de 15. Jaraguá do Sul vem logo atrás, com 2,2 homicídios, e Tubarão completa o pódio, com 2,8 homicídios por 100 mil habitantes.

Esses resultados não são sorte. São consequência de planejamento, investimento e valorização da polícia, não só pelo Estado, mas pelas entidades, pela sociedade, pelas Prefeituras e pela classe empresarial. Em Santa Catarina, há integração entre as forças de segurança, uso crescente de tecnologia, monitoramento por câmeras e análise de dados em tempo real. A Polícia Militar e a Polícia Civil atuam de forma coordenada, com foco em inteligência e prevenção. É um modelo de gestão pública que dá certo — porque trata a segurança com seriedade, e não com discursos de ocasião.

Enquanto isso, em outros estados brasileiros, vemos o oposto: a criminalidade avança, a impunidade reina e o trabalhador vive com medo. E, em muitos casos, o que se ouve são justificativas que tentam culpar “as causas sociais” pelos crimes. Essa narrativa é perigosa porque dilui a responsabilidade individual e enfraquece o conceito de justiça. É claro que o Estado deve combater desigualdades e ampliar oportunidades, mas isso não pode servir de desculpa para absolver quem escolhe o caminho errado.

Quem opta pelo crime precisa sentir o peso da lei. E quem cumpre a lei precisa sentir o peso da proteção do Estado. Segurança pública não é tema para discursos de palanque, mas para gestão firme e resultados concretos. É preciso acabar com a ideia de que impunidade é sinônimo de humanidade. O excesso de “soltura fácil” e decisões frouxas é um convite ao desrespeito às regras e ao enfraquecimento da autoridade.

Defendo que a política de segurança se sustente em três pilares fundamentais: autoridade, prevenção e respeito ao cidadão de bem. Autoridade, para que a lei tenha valor. Prevenção, com investimento em inteligência, tecnologia, capacitação e presença ostensiva. E respeito ao cidadão de bem, porque é ele quem paga a conta e merece viver em paz — não atrás das grades da própria casa.

E aqui entra outro ponto central: segurança pública é também gestão. Não basta ter boas intenções ou discursos inflamados; é preciso fazer gestão com metas, resultados e meritocracia — como se faz em qualquer empresa bem-sucedida. Eu venho do setor produtivo, onde resultado é compromisso, e levo essa mentalidade para a vida pública. Quando o governo aplica os princípios da boa administração — planejamento, cobrança, transparência e eficiência — o resultado aparece, seja na segurança, na saúde, na educação ou na infraestrutura.

O Brasil precisa de mais gestão e menos ideologia. Precisa parar de premiar quem faz o errado e começar a valorizar quem faz o certo. O cidadão que trabalha, que cria os filhos com honestidade, que cumpre seu papel, esse sim merece dormir tranquilo.

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