O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, afirmou que seu país recebeu uma isenção das sanções americanas sobre a energia russa após uma reunião na Casa Branca com o presidente Donald Trump, nesta sexta-feira, 7. Essa permissão manterá o fluxo de petróleo e gás russo para a Hungria, demonstrando a estreita afinidade entre os dois líderes.

Orbán, aliado de longa data de Trump, foi a Washington para convencê-lo a permitir que a Hungria continuasse importando petróleo e gás russo sem estar sujeita às sanções impostas pelo governo americano aos combustíveis fósseis russos.

A Hungria também vem sofrendo forte pressão da União Europeia para diminuir sua dependência da energia russa, já que a maior parte dos países europeus reduziu drasticamente ou cessou suas importações de petróleo e gás da Rússia.

O líder nacionalista húngaro classificou o acesso à energia russa como uma questão vital para seu país sem litoral.

Durante uma entrevista coletiva com a mídia húngara após suas conversas com Trump, Orbán disse que a Hungria havia recebido uma "isenção total das sanções" que afetavam o gás russo fornecido à Hungria pelo gasoduto TurkStream e o petróleo do oleoduto Druzhba. A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A Hungria também comprará combustível nuclear da empresa americana Westinghouse Electric Company, acrescentou Orbán. Esse combustível será usado para abastecer a usina nuclear de Paks, na Hungria, que até agora dependia de combustível nuclear fornecido pela Rússia. Autoridades húngaras disseram, porém, que Budapeste continuará comprando combustível nuclear russo.

Uma grande delegação de membros do gabinete, líderes empresariais e diversos influenciadores políticos de direita com fortes ligações com o governo húngaro acompanhou Orbán a Washington. Antes de sua chegada, na quinta-feira, 6, um grupo bipartidário de senadores americanos apresentou uma resolução pedindo à Hungria que acabe com sua dependência da energia russa.

A resolução "expressa preocupação com o fato de a Hungria não ter demonstrado qualquer sinal de redução de sua dependência de combustíveis fósseis russos" e insta Budapeste a aderir a um plano da União Europeia para cessar todas as importações de energia russa para o bloco até o final de 2027.

Após chegar a Washington, Orbán e alguns assessores se reuniram com Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro. Em suas redes sociais, Orbán manifestou apoio ao ex-presidente brasileiro. "Estamos firmemente ao lado dos Bolsonaros nestes tempos difíceis - amigos e aliados que nunca desistem. Continuem lutando: a perseguição política não tem lugar na democracia, a verdade e a justiça devem prevalecer!".

*Com informações da Associated Press.